PR Umaro Sissoco Embaló: “ANP NÃO TEM COMPETÊNCIAS PARA REPROVAR O ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE A GUINÉ-BISSAU E O SENEGAL”

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou, esta segunda-feira, 20 de dezembro de 2021, que a Assembleia Nacional Popular (ANP) não tem competências constitucionais e regimentais para reprovar o acordo de cooperação da zona conjunta assinado entre a Guiné-Bissau e o Senegal, tendo desvalorizado a decisão dos parlamentares.

Sissoco Embalo acusou os deputados de agirem de má fé, sublinhando que as pessoas não devem permanentemente colocar a Guiné-Bissau na boca do mundo.

Embaló falava à imprensa, após a inauguração de uma fábrica de farinha de trigo em Bissau, durante a qual disse que existe má fé, admitindo a possibilidade de haver consequências no futuro, sobre essa decisão da Assembleia Nacional Popular. 

“Quando assinei esse acordo de cooperação com o presidente senegalês, entreguei-o à Ministra dos Negócios Estrangeiros que, por sua vez, o entregou ao Primeiro-ministro, que deveria agendar o assunto na reunião do conselho de ministros, a fim de poderem decidir em conjunto para depois ser enviado ao Parlamento para a sua ratificação. Mas há má fé nesse assunto. Isso é teatro. As pessoas devem ter capacidade para melhor saber e conhecer os procedimentos legais. Eu não sou detentor do conhecimento, por isso faço sempre questão de perguntar antes de tomar qualquer decisão”, sublinhou.

O Chefe de Estado assegurou que é preciso que as pessoas renunciem à cultura de ódio, porque isso não é bom para o país. 

Sissoco Embaló reafirmou que vai terminar o seu mandato tal como aconteceu com o seu antecessor, José Mário Vaz, e que, se for preciso, fará dez anos de mandato.

Avisou que em nenhum momento haverá golpe de estado, muito menos complot na Guiné-Bissau.

Umaro Sissoco Embaló lamentou o comportamento dos deputados da nação, que qualifica de turma de 4º ou 5º ano, para de seguida dizer que o teatro perpetrado pelos deputados da nação terá consequências à frente, porque o Estado não pode ser banalizado.

Acrescentou que não dá satisfações à ninguém a não ser ao povo que lhe deu mandato, sendo que é ele quem promulga, veta, dissolve e nomeia, de acordo com a Constituição da República da Guiné-Bissau.

“A Comissão política do MADEM G-15 não deu orientações à sua bancada parlamentar para votar contra esse documento. Portanto, esse caso é isolado. Quero informar-vos que o MADEM G-15 é o meu partido e não do Braima Camará ou do Soares Sambú, porque contribuí na sua criação, de maneira que não permitiremos desordem nesse partido”, alertou.

Questionado sobre a sua ligação com o recém-criado Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), Embaló respondeu que ele foi fundador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15), assim não pode participar na criação de outra formação política na Guiné-Bissau. Contudo salientou que gostaria de ter Botche Candé no seu partido, mas, por inerência da sua função, não pode ter partido político.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Author: O DEMOCRATA

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