O ministro do Estado e do Interior, Botche Candé anunciou a criação de uma força segurança conjunta constituída por elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e da Brigada de Intervenção e Reserva (BIR) da Guarda Nacional para combater o roubo de gado e assaltos a mão armada registados que têm vindo a verificar-se com alguma frequência nos últimos tempos na região de Cacheu, norte do país.
O governante fez este anúncio em declarações aos jornalistas, depois de uma reunião com os oficiais da Polícia da Ordem Pública e do Comando da Guarda Nacional realizada na Esquadra de Canchungo para analisar a situação de roubo na região de Cacheu e as medidas corretivas para estancar este fenômeno.
Candé efetuou uma visita à região de Cacheu esta sexta-feira, 21 de janeiro de 2022, acompanhado de elementos do seu gabinete, bem como do Inspetor Geral do ministério, Armando Marna, Comissário da Polícia da Ordem Pública, Tomás Djassi, Comandante da Guarda Nacional, Sadjo Cissé e alguns oficiais superiores das forças de segurança.
A visita insere-se no âmbito da resposta à preocupação levantada pelos populares da região que se deslocaram ontem a Bissau para solicitar o apoio do ministro para garantir a segurança às populações vítimas de roubos e assaltos a mão armada. A comitiva, ao chegar à cidade de Canchungo, dirigiu-se diretamente para a residência do régulo Fernando Baticam Ferreira.
A comitiva foi parada por um grupo de mulheres “bideiras” e jovens na feira de Canchungo que imploraram ao ministro pedindo segurança. As mulheres afirmam que por falta de segurança no mercado os seus produtos são roubados, como também são vítimas de assaltos nas suas casas.
A comitiva seguiu depois para a aldeia de Canhob depois para o porto de Cagal que, segundo as informações, é utilizado pelos assaltantes para embarcar o gado roubado. Os populares pediram a colocação de uma força da guarda costeira para vigiar a movimentação das pessoas nesse lugar e impedir a passagem de ladrões.
Após a reunião, Botche Candé disse aos jornalistas que o comando conjunto será dotado de condições adequadas para combater os assaltantes e acabar com o roubo de gado que se regista na região.
Pediu a colaboração dos populares para que as forças de segurança possam fazer um trabalho com resultados.
“Temos números de telefones disponíveis nas esquadras para receber denúncias, mas infelizmente não registamos denúncias. É importante a colaboração das populações, porque só assim é que podemos trabalhar”, assegurou.
O régulo de Canchungo, Fernando Baticam Ferreira disse que estão a enfrentar uma guerra contra assaltantes na região.
“Enfrentamos uma guerra em Cacheu. Os ladrões vêm com armas AK-47, não podemos fazer nada contra eles, porque não temos forças e nem materiais para enfrentrá-los”, lamentou o régulo.
Em representação do setor de Caio, Gues Mendes disse que a população está desamparada, sem condições para se defender, pelo que são obrigados a recorrer à catana e paus para se defenderem dos assaltantes armados.
“Os assaltantes aparecem armados com AK-47 e bazucas. Temos provas daquilo que estamos a falar, porque vimos ladrões com armas de fogo de uso militar. Por isso perguntamos se existem armazéns onde essas armas são vendidas no país para que possamos também adquiri-las e poder defender as nossas vidas e os nossos bens”, assegurou.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S