
A Federação de Luta Livre da Guiné-Bissau (FLGB) corre riscos de ser afastada das provas da Federação Internacional de Luta Livre (FILL), devido a não participação dos atletas nacionais no Campeonato Mundial da modalidade, que decorreu em Oslo, Noruega, em 2021.
Na sequência da desistência da delegação da Guiné-Bissau, motivada por questões financeiras, a FILL decidiu aplicar uma multa de cerca de 7 milhões e meio de francos CFA à FLGB, que até agora não foi liquidada.
A informação foi revelada à secção desportiva de O Democrata por uma fonte junto da FLGB. Segundo a fonte, a FILL teria feito reservas de hotel e transporte interno, em Oslo, para a delegação guineense, mas como esta não compareceu, aplicou-se lhe a multa.
“A Guiné-Bissau assumiu um conjunto de compromissos, mas acabou por não comparecer e neste momento estamos sob enorme pressão da organização internacional que está a exigir de nós o pagamento integral da multa”, indicou o confidente de O Democrata, alertando que se o país não cumprir as exigências poderá ser penalizado pela FILL.
“A FLGB entregou todas as informações ao então secretário de Estado da Juventude e Desportos, Florentino Dias, encaminhou os emails que recebeu da federação internacional e fez uma carta à qual anexou todas as faturas, mas o governante pediu que a federação aguardasse”, acrescentou.
A nossa fonte confidenciou qu, para além da multa da FILL, o executivo não pagou os prémios aos atletas e à caravana da Guiné-Bissau que participaram no torneio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em novembro de 2021, no qual o país conseguiu duas medalhas de prata.
Recorda-se que o organismo que gere a modalidade de luta livre inscrevera 5 atletas para participarem no Campeonato Mundial da modalidade, que aconteceu de 2 a 10 de outubro do ano passado, em Oslo. Entre os inscritos destacavam-se Augusto Midana e Diamantino Fafé.
Segundo apurou O Democrata, se a Guiné-Bissau não pagar a multa, fica interdita de participar no Campeonato Africano a realizar-se em Marrocos no mês de maio deste ano e nas próximas competições internacionais.
Em dezembro de 2021, o executivo rubricou um contrato com quatro federações, nomeadamente, de Luta, do Atletismo, de Andebol e do Voleibol, para captação de novos talentos nacionais para a época 2021-2022, no âmbito do plano estratégico para o desenvolvimento do desporto na Guiné-Bissau.
O montante a disponibilizar pelo governo para cada federação para desenvolver este projeto não foi divulgado, mas a secção desportiva do Jornal O Democrata apurou que as federações de Atletismo, do Voleibol e de Andebol receberão cada 12 milhões de francos CFA e a de Luta livre vai receber 15 milhões de francos CFA.
O acordo foi rubricado, mas até ao momento as federações não receberam as verbas.
Por: Alison Cabral