SINDICATO DE JORNALISTAS PEDE A INTERVENÇÃO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL NA GUINÉ-BISSAU 

O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS) repudiou o assalto à Rádio Capital FM orquestrado por um grupo de homens armados e encapuçados.

Segundo últimos dados, a invasão resultou em cinco feridos e na vandalização completa da Rádio Capital e no saque de alguns materiais e da câmara de vigilância.

“Pedimos à comunidade internacional que dê a cara e que continue a acompanhar a Guiné-Bissau e os profissionais de comunicação social, porque um dia não haverá nenhuma voz para pronunciar o lhe vem na alma, isto é perigoso”, frisou.

Em conferência de imprensa conjunta, esta terça-feira, 08 de fevereiro,  com Associação das Mulheres Profissionais de Comunicação Social (AMPROCS), Indira Correia Baldé,  presidente do SNJOTECS,  pediu à comunidade internacional que não  fique indiferente e dê a cara contra a tentativa de silenciar os órgãos de comunicação social na Guiné-Bissau. 

Indira Correia Baldé sublinhou que os acontecimentos de segunda-feira revelaram que não há segurança para os jornalistas na Guiné-Bissau.

 “Pessoas encapuçadas com armas invadem uma estação de rádio mostra que estamos perante um perigo, que há uma ameaça clara ao exercício de jornalismo livre e independente na Guiné-Bissau” alertou.

A jornalista avisou que qualquer indivíduo que se sentir incomodado com um ou outro trabalho de jornalista que vá ao tribunal apresentar queixa, não refugiar-se em atos “covardes e bárbaros” como tem sido com a Rádio Capital. 

A presidente do SINJOTECS mostrou-se indignada com a reação do Ministério do Interior ao afirmar que o ocorrido se tratava de um ato isolado.

“Isto estranha-me bastante e penso que deve estranhar qualquer pessoa, um ato isolado à luz do dia com armas do Estado?”, questionou.

Perante estes fatos, Indira Correia Baldé exigiu que seja feita uma investigação séria até ao final do processo e que sejam responsabilizados os autores morais e materiais, tendo anunciado que o SINJOTECS irá realizar uma atividade para pôr cobro a esta situação

“Se ontem servimos de veículo de informação para as pessoas chegarem ao poder, hoje merecemos respeito”, notou.

“São vidas humanas que estão em causa, não são vidas de bonecos e trevos”, defendeu.

Em reação ao ataque à CFM, a presidente da AMPROCS, Paula Silva Melo, condenou o ato e disse que é uma tentativa de silenciar os profissionais da comunicação social guineense. 

Paula de Melo exigiu que seja encontrada resposta aos invasores e traduzir à justiça todos os responsáveis pela vandalização de um órgão de comunicação social, num Estado de direito democrático.

Pediu às autoridades a assumirem as suas responsabilidades e garantir segurança à população em geral. Fez lembrar que o direito à informação e à liberdade de expressão estão consagrados na Constituição da República da Guiné-Bissau. 

Esta é a segunda vez que a estação Capital FM é invadida e vandalizada por homens armados. O primeiro ataque aconteceu em Julho de 2022.

Por: Djamila da Silva 

Foto: D. S

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