LEI DA PARIDADE ESTÁ A SER “AMPUTADA” NO PARLAMENTO

A Coordenadora do Movimento “Mindjeris di Guiné Nô Lanta – MIGUILAN” denunciou que a lei da paridade aprovada em 2018, está a ser amputada no Parlamento guineense e lamentou que a lei que coloca as mulheres na esfera de tomada de decisões esteja a ser mutilada pelos representantes do povo.

A preocupação foi manifestada por Isabel Almeida, esta sexta-feira, 18 de março de 2022, na sétima edição da “roda das mulheres sobre a lei da paridade, progresso e desafios”. Denunciou igualmente que nas eleições anteriores, a representatividade das mulheres não foi verificada, mantendo-se como antes da aprovação da lei. 

A sétima edição sobre a Lei da Paridade visa reforçar a participação das mulheres em todas asesferas de tomada de decisões, quer no âmbito político quer social.

No seu discurso, a coordenadora da Miguilan salientou que é preciso que haja união, sinergia e coordenação, envolvendo todas as franjas da sociedade para que as mulheres efetivamente alcancem os objetivos da lei de paridade.

A Roda das mulheres é uma atividade que a Miguilan e aCasa dos Direitos organizam todos os anos em Bissau.

“Numa sociedade em que não se observa a igualdade, não é possível ter a paz, a estabilidade, o sossego e a justiça”, disse.

A ativista frisou que as mulheres constituem a maioria da população e disse que não é justo que as suas vozes e seus problemas não tenham sido tomados em conta e colocados como prioridade.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, responsabilizou a classe política por a Lei de paridade não ter conseguido lograr os objetivos preconizados.

Na perspetiva de Bubacar Turé, a lei está a ser amputada por questões de jogadas políticas, tendo sublinhado que foram removidos todos os aspetos essenciais do instrumento legal que defende a igualdade no Parlamento, entre homens e mulheres.

Turé disse que a lei  foi aprovada em 2018, porque chegou-se a uma fase em que todos reconheceram que havia um problema de discriminação histórica que afetava as mulheres.

“É uma obrigação de toda a sociedade em geral trabalharmos em conjunto e em colaboração estreita para a concretização efetiva da igualdade de género na Guiné-Bissau”.

Por: Djamila da Silva

Foto: D. S

Author: O DEMOCRATA

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