O chefe da divisão da África Ocidental do departamento dos assuntos políticos das Nações Unidas, Abdel Fatau Musah, condenou a tentativa de golpe de Estado ocorrida a 01 de fevereiro último na Guiné-Bissau. Musah defendeu por isso que as investigações levadas a cabo pelas autoridades sejam feitas no quadro do estado de direito democrático.
Fatau fez essas afirmações esta terça-feira, 29 de março de 2022, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
O diplomata chadiano ao serviço das Nações Unidas chefia uma delegação que se encontra em Bissau para uma missão de dois dias, para estabelecer contatos com as autoridades e as forças vivas do país e para analisar os acontecimentos de 1 de fevereiro e o estado do desenvolvimento socioeconómico.
Em declarações aos jornalistas, Abdel considera que o ataque ao palácio do governo “foi terrível” para a Guiné-Bissau e para a sub-região, tendo-o qualificado de “regressão nas conquistas do país”.
Defendeu neste particular a consolidação do diálogo para encontrar consensos.
“Não podemos enveredar por ataques para substituir o governo. A ONU está contra estas práticas”.
Abdel Fatau Musah disse que o chefe de Estado guineense partilhou com eles a sua visão do desenvolvimento, bem como dos últimos acontecimentos políticos e sociais.
“Transmitimos condolências do Secretário-geral das Nações Unidas à população e ao governo guineense, concernente aos acontecimentos de 01 de fevereiro, como também transmitimos a nossa solidariedade ao povo”, referiu.
Enfatizou que o chefe de Estado formulou pedido de apoio às Nações Unidas face ao ciclo eleitoral que se avizinha, tendo prometido que as Nações Unidas, através das suas agências no país, vão apoiar o processo eleitoral e o processo de desenvolvimento.
Salienta-se que o responsável da ONU vai reunir-se ainda hoje com os representantes dos partidos políticos com assento parlamentar, a sociedade civil e a comunidade internacional sedeada em Bissau.
Por: Epifânea Mendonça