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O presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Sérgio Mané, afirmou que a ex-judoca internacional guineense, Taciana Baldé, que recentemente encerrou a carreira como desportista, deixou um “legado” como atleta, que servirá para a futura geração da modalidade no país, pelas conquistas que alcançou em nome da Guiné-Bissau.
“Taciana Baldé deixou um grande legado, que penso servirá para as futuras gerações se inspirarem e fazer melhor que a Taciana” afirmou Sérgio Mané, adiantando ainda que Baldé, durante a sua carreira internacional, deu “alegria e esperança”, porque conseguiu “resgatar” uma modalidade que estava perdida na Guiné-Bissau.
“A Guiné-Bissau tem sido chamada em palcos internacionais por causa da Taciana Baldé. A nível da Federação Internacional, quando se fala da Guiné-Bissau, vem logo em mente a ex-judoca, porque acreditavamos que com ela era possível fazer algo e acabou por conseguir alcançar este feito pelo país”, afirmou Mané.
O Presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau deixou essas referências na entrevista concedida ao Jornal O Democrata, no ámbito da sua eleição ao cardo do segundo vice-presidente da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), em Assembleia-geral eletiva da organização, que decorreu no início do mês de março de 2022 em São Tomé e Príncipe.
Na entrevista com uma equipa da secção desportiva de O Democrata, o presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Sérgio Mané, falou da atualidade do desporto nacional, com destaque para o encerramento da carreira da Taciana Baldé, tendo realçado o investimento feito pela instituição que dirige durante a carreira de Baldé.
“Sentimo-nos muito orgulhosos pelo todo investimento feito, porque foi a expoente máxima. Imaginem que durante dois ciclos seguidos foi campeã africana e oito vezes campeã africana é algo impressionante”, enfatizou.
Mane lembrou que antes da Taciana Baldé ter decidido competir pela Guiné-Bissau, havia invencibilidade dos magrebinos na categoria de Baldé, em África.
“No sul de Shara, não havia hipótese e Taciana entrou e acabou com a invencibilidade dos magrebinos”, recordou Mané.
Mané disse acreditar que o Estado da Guiné-Bissau vai fazer um gesto, em reconhecimento à ex-judoca internacional guineense, pelo trabalho feito em nome do país nas diferentes competições internacionais durante a sua carreira.
No início de março, Taciana Baldé, de 38 anos de idade, anunciou através das redes sociais, o encerramento da sua carreira competitiva na modalidade, após a sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, embora considere que foi uma decisão “dolorosa” com a “cabeça sempre em turbilhão”.
Na sua página oficial do Facebook consultada pelo jornal O Democrata, a ex-judoca anunciou que vai iniciar uma nova fase da sua carreia.
Baldé, que é conhecida entre os guineenses por “rainha de judô africano”, mostrou-se grata por tudo quanto tem conseguido e proporcionado durante 23 participações na alta competição no judô, representando o Brasil e a Guiné-Bissau, uma vez que competiu pelos dois países.
A judoca, que representou o Brasil e a Guiné-Bissau em mais de 20 anos de carreira, representou a Guiné-Bissau em dois Jogos Olímpicos: Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2021, e conquistou várias medalhas no Brasil e no continente africano, representando o país.
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Baldé é uma brasileira que depois de conhecer o pai guineense, decidiu representar a Guiné-Bissau e serviu de um exemplo para as crianças para desenvolver uma cultura desportiva no país.
Em 2013, na sua primeira competição representando a Guiné-Bissau, que decorreu em Maputo, a judoca tornou-se campeã africana da categoria “ligeira” até 48 quilos.
Por: Alison Cabral