Crime de feminicídio: MÃE DA ADOLESCENTE ESFAQUEADA ATÉ À MORTE PEDE JUSTIÇA

A mãe da adolescente de 16 anos de idade esfaqueada pelo pai até à morte, em Matandim, arredores de Bôr, setor de Prabis, região de Biombo, pediu justiça que a ajude a aliviar a dor.

Embora a pena de morte tenha sido abolida na Guiné-Bissau na década 90, Mima Cá, mãe da vítima, disse que se fosse a juíza do processo condenaria o pai da malograda a uma pena que o levasse a morrer na prisão.

A mãe afirmou que vai ao julgamento dizer que Gilberto da Silva não merece perdão e deve ser condenado e morrer na prisão, para aliviar os ânimos exaltados na sua família.  

Em entrevista ao Jornal O Democrata, esta sexta-feira, 29 de abril de 2022, um dia depois da recaptura de Gilberto da Silva pela Polícia Judiciária, Mima Cá revelou que nunca esteve casada com o pai da sua filha.

Segundo relatou ao repórter de O Democrata, o desentendimento entre ela e Gilberto terá começado em 2011, quando a vítima tinha apenas cinco anos de idade. 

“Acusou-me de abandonar a minha filha e prestar mais atenção às minhas colegas. Foi a partir daí que decidiu expulsar-me da casa da mãe dele onde vivíamos em união de facto. Só fiz as malas depois de a minha então sogra ter regressado de uma viagem ao interior do país. A partir daquele momento, passei a viver no bairro de Bandim, zona 7, numa casa familiar”, contou e disse que desde então Gilberto da Silva tem impedido que a filha fosse visitá-la ou ficar com ela por apenas uns dias, mesmo aos fins de semana ou durante férias.

Mima Cá disse que o suspeito da morte da filha já não pagava propinas da escola da menina e acusava-a de ser bandida, pelo fato desta em algumas circunstâncias, pintar os cabelos.

“Ele já estava fora da minha vida e da filha. Já namorava outro homem antes do acontecimento trágico que vitimou a minha filha”, lamentou.

Questionado sobre o estado da relação de Gilberto com a vítima, Mima Cá confessou que eles davam-se bem, a filha até cobrou a renda de dois meses de um dos anexos construídos pelo pai no bairro de Bandim, Zona 5, mas as coisas complicaram-se a meio do caminho.

“Nunca Gilberto me explicou algo que justificasse essa atitude dele. Como disse, já não nos dávamos bem, ele, eu e a minha filha”, precisou sem avançar detalhes.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S 

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