No período da guerra da independência da Guiné-Bissau, a China apoiou firmemente a luta de libertação nacional do povo guineense. Era naquele tempo que os líderes da geração mais velha dos dois países fizeram amizade profunda.

O compositor chinês Xiao He até compôs uma música para estimular o movimento de independência guineense, a pedido do líder desse movimento Amílcar Cabral. É essa música que se tornou no hino nacional da Guiné-Bissau. Ficamos bastante honrados porque segundo meu conhecimento, a Guiné-Bissau é o único país no mundo além da China, cujo hino foi composto por um chinês. Isso também demonstra plenamente a longa história de amizade entre a China e a Guiné-Bissau.

Na verdade, 600 anos atrás, o navegador chinês Zheng He liderou a frota mais poderosa do mundo daquela época e visitou a África Oriental, trazendo chá e porcelana, transmitindo produtos e cultura chinesa, divulgando a amizade e a bondade. Os chineses chegaram ao continente africano antes dos colonizadores europeus, mas não invadiram nem uma polegada do território africano. Hoje em dia, alguns países no mundo fomentam constantemente a “teoria de ameaça da China”, até a promoveram especialmente nos países vizinhos da China. A respeito disso, o povo do Sudeste Asiático disse que já vive pacificamente com a China sem uma única invasão há centenas de anos, enquanto os europeus transformaram o seu país em colónia dois anos após a chegada deles. A história prova completamente que a China é um país que adora a paz, e que no sangue da nação chinesa não há genes de invasão.

Até agora, a amizade entre a China e a Guiné-Bissau tem passado por provações e dificuldades e tem-se fortalecido com o passar do tempo. Os dois países promovem colaborações tranquilamente em várias áreas e assinaram no ano passado o Memorando de Entendimento sobre Cooperação de “Uma Faixa e Uma Rota”, os projetos de grande importância tais como o Projeto de Construção da autoestrada Bissau-Safim e o Projeto de Construção do Porto de Pescas de Alto-Bandim, também estão em andamento. Outrossim, a equipa médica chinesa e a equipa técnica agrícola não interromperam a cooperação com a parte guineense mesmo durante o pior período da pandemia. Acho que tudo isso pode dar a ideia perfeita da amizade entre os dois países nesta nova era. 

Dentro de várias áreas de cooperação, à educação é sempre atribuída maior importância porque a história de mais de 70 anos de desenvolvimento da China ensina-nos que a educação é importante para o futuro de um país, cujo desenvolvimento tem de estar sempre em posição de destaque.

Nós convidamos professores e alunos do Liceu Nacional Kwame N’krumah para assistir a abertura da Embaixada, esperando que a Embaixada sirva de uma janela para mostrar a história e a face atual da China, para que os jovens guineenses de nova geração possa conhecer mais a China, herdando e continuando melhor a amizade tradicional entre a China e a Guiné Bissau, e também entre a China e África.

O Liceu Nacional Kwame N’Krumah é uma escola de maior prestígio na Guiné-Bissau, na qual muitos políticos, engenheiros e cientistas guineenses se formaram. A nossa intenção original de criar a “Bolsa do Embaixador” é aproveitar plenamente a força da embaixada para promover o desenvolvimento da educação deste país. Já fornecemos vários tipos de bolsas ao Liceu Nacional Kwame N’Krumah no passado e forneceremos no futuro.

Pode dizer-se que do meu próprio crescimento testemunhei o desenvolvimento da China. Após mais de 40 anos de reforma e abertura, a China passou por mudanças enormes e tornou-se agora numa grande potência no mundo. Eu também espero sinceramente que a Guiné-Bissau possa desenvolver-se de forma constante, e que os estudantes presentes possam tornar-se com esforços próprios em construtores do país, testemunhas do desenvolvimento da Guiné-Bissau e promotores das relações bilaterais entre a China e a Guiné-Bissau.

Por: Guo Ce

Embaixador da República Popular da China na Guiné-Bissau