Região de Bafatá: DIREÇÃO REGIONAL DA AGRICULTURA PREOCUPADA COM AVANÇO DA DESERTIFICAÇÃO NAS ZONAS DE CAMBADJU E PIRADA

O administrador da direção regional da agricultura de Bafatá, Aladje Tcherno Mamadu Baldé, disse estar muito preocupado com os avanços da desertificação registado nos últimos tempos nas zonas de Cambadju e no setor de Pirada (Gabú), tendo assegurado que os avanços do deserto têm a ver as ações de corte de árvores. 

“Na região de Bafatá ou na província leste em geral, regista-se pouca chuva em relação às províncias norte e sul. Por exemplo, nota-se neste momento pouca castanha de cajú no leste, por causa do calor e das altas temperaturas que fazem com que as árvores acabem por secar e secam as flores dos pomares de cajú. Notamos um avanço preocupante do deserto nas zonas de Pirada e Cambadju, portanto esses avanços são devidos às ações de cortes da árvores”, revelou o administrador, para de seguida apelar aos técnicos e aos jornalistas para intensificarem ações de sensibilização das populações sobre o uso racional da floresta e da terra. 

Baldé fez essas revelações na cerimónia de abertura do ateliê de formação e de capacitação destinado aos quadros técnicos, públicos e privados da região, que decorre de 3 a 7 do mês em curso na cidade de Bafatá, sob o lema “Nô Kuida di Nô Mato – Cuidemos das nossas matas”.

A formação de cinco dias realiza-se nas instalações do “Projeto Algodão – Comuda Bafatá” e conta com o apoio do projeto de reforço de capacitação de adaptação e de resiliência das comunidades vulneráveis das zonas costeiras da Guiné-Bissau aos riscos climáticos.

Presidindo a cerimónia de abertura , o administrador da direção regional de agricultura disse na sua intervenção que a formação visa, essencialmente, capacitar os técnicos da floresta, porque “é necessário reforçar o conhecimento dos técnicos e fazer-lhes conhecer as leis e normas da floresta”. 

“A nossa vida está cem por cento ligada à floresta. O oxigénio que respiramos e as frutas silvestres saem da floresta. A floresta facilita a chuva, portanto beneficiamos muito com a floresta, por isso é necessário conhecermos as leis e as normas que protegem a floresta”, defendeu.

Em representação da delegacia regional da floresta e fauna de Bafatá, Sene Mané explicou que, com a iniciativa a delegacia pretende formar técnicos públicos e privados, sobretudo os representantes das associações e organizações da sociedade civil para que possam servir de veículo da mensagem de sensibilização sobre a proteção da floresta. 

Reconheceu que se regista uma exploração irracional da floresta, particularmente daquela região, tendo lembrado que as normas recomendam que quem corta uma árvore deve plantar duas ou três.

Sene Mané lamentou que essas leis e normas estejam a ser ignoradas pelas pessoas que invadem as florestas.

“Devemos apostar na iniciativa da criação da floresta comunitária para o bem-estar das comunidades. É verdade que muitas vezes as pessoas não percebem os objetivos da criação da floresta comunitária, mas uma das vantagens é permitir maior controlo e gestão racional das florestas através das tabancas requeredoras”, contou.

Importa referir que durante os cinco dias de trabalho os participantes vão debater diferentes temas, designadamente: Fundo do fomento florestal, regime florestal (Noção e duração), Órgão de gestão florestal e suas competências, exploração florestal e venda de produto florestal, prevenção de luta contra queimadas, breve historial das florestas comunitárias, entre outros temas.

Por: Assana Sambú

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *