O Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, revelou esta sexta-feira, 13 de maio de 2022, que o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, informou-lhe que vai dissolver o Parlamento devido à crise política.
“Saí de uma audiência com o Presidente da República. Informou-me que nos termos constitucionais vai dissolver o Parlamento”, disse.
Cassamá falava aos jornalistas depois da audiência com o chefe de Estado, que convocou o Parlamento e os líderes dos partidos com o assento parlamentar para analisar a situação política vigente do país.
Os encontros com os partidos políticos e o presidente do Parlamento acontecem no momento em que os deputados criticam a vinda de uma missão de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau, sem informação precisa nem consultar o Parlamento. Também na quarta- feira, 11 de maio, os deputados aprovaram, por unanimidade, a Ordem do dia que inclui a proposta da revisão da Constituição elaborada pela Comissão criada pela Assembleia Nacional Popular. Retiraram da agenda de trabalho da mesma sessão a eleição do primeiro vice-presidente da ANP, a Lei da Comissão Nacional de Eleições, a Lei do Recenseamento Eleitoral e a Lei-Quadro dos Partidos Políticos.
Cassamácexplicou que o chefe de Estado justificou a sua decisão dizendo que há crises e que terá recebido queixas do poder judicial.
“A ideia que me deixou parece que há uma crise entre os partidos políticos”, assegurou, acrescentando que enquanto líder do Parlamento foi consultado e deu a sua opinião, “porque são os poderes que assistem o Presidente da República, nos termos constitucionais, portanto não tenho nada a dizer e o Parlamento está a fazer o seu trabalho”.
“Se o Parlamento for dissolvido, a Comissão Permanente assumirá a sua responsabilidade até às próximas eleições”, contou.
Questionado sobre a opinião que emitiu na audiência com o chefe de Estado sobre o assunto, respondeu: “a minha opinião não deve ser especulada ou informada aos jornalistas. Fica entre o senhor Presidente e eu”.
Por: Assana Sambú