O secretário-geral do ministério da Saúde Pública, Quiletche Na Isna, apelou à população em geral para a necessidade de acabar com o “tabu”, a volta do parto nas comunidades rurais, todas as formas de criminalidade que afetam a saúde da mulher e a mentalidade de pensar que o assunto é da exclusiva competência das mulheres.
Quiletche Na Isna fez este apelo esta segunda-feira, 23 de maio de 2022, na cerimónia de celebração do dia internacional pelo fim da fístula obstétrica que se assinala este ano, sob o lema: “Acabar com a fístula agora: investir em cuidados de saúde de qualidade, empoderar a comunidade”.
Na Isna defendeu que os homens devem estar ao lado das mulheres na busca de soluções para este fenômeno que tem a ver com o trabalho de parto prolongado.
“A política do ministério da saúde junto do governo e dos parceiros de desenvolvimento é assegurar o acesso à saúde a todos e garantir uma assistência de qualidade em todos os serviços, através da melhoria das condições de trabalho, da formação dos técnicos, da construção de infraestruturas sanitárias” disse, para de seguida reconhecer que é um desafio que exige um esforço adicional de todas as estruturas governamentais.
“É muita pena que o parto que podia ser o momento mais feliz na vida de uma mulher por ter um bebé, transformar-se em algo que deixa sequelas indesejáveis em alguns casos”, referiu.
Por sua vez, o representante do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Athanase Nzokirishaka, advertiu que acabar com a fístula obstétrica até 2030, exige compromisso político, recursos adicionais e investimentos além de uma colaboração reforçada entre governos, comunidades, parceiros de desenvolvimento e a sociedade civil.
Reconheceu que progressos significativos foram alcançados, contudo afirmou que “existe uma grande necessidade não satisfeita de tratamento”. Por isso, afiançou que é necessário fazer mais para consolidar os recursos e reforçar os sistemas de encaminhamento, melhorar os mecanismos de coordenação e sustentar a perícia e as competências para a reparação da fístula.
Por: Carolina Djemé