O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recomendou ao chefe do governo, Nuno Gomes Nabiam, a integração do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e de todos outros cinco partidos que tinham assento no Parlamento.
O chefe de Estado fez este apelo esta terça-feira, 24 de maio de 2022, depois da cerimónia de investidura do Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e do vice-primeiro-ministro, Soares Sambú. O ato contou com a presença do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Procurador-Geral da República e elementos do Gabinete do Presidente da República.
O Presidente Embaló dissolveu a Assembleia Nacional Popular no passado dia 16 do mês em curso, justificando no seu decreto, que a sua decisão deve-se à recusa do Parlamento, de forma sistemática, do controlo das suas contas pelo Tribunal de Contas. Ainda noutro decreto decidiu manter em funções Nuno Gomes Nabiam, primeiro-ministro e Soares Sambú vice-primeiro-ministro.
Na sua intervenção, Embaló manifestou a vontade de ver integrado no executivo todos os partidos políticos com assento parlamentar e todas as franjas da sociedade, alertando que a luta contra a corrupção vai prosseguir.
“O tempo começa a contar a partir de hoje, portanto não permitiremos que haja outra engenharia depois para vir dizer que não é possível fazer eleições na data fixada [18 de dezembro de 2022]. Não vamos aceitar isso”, disse.
Lembrou que havia dificuldades de relacionamento entre o Parlamento e outros órgãos de soberania, particularmente o Tribunal de Contas e a Procuradoria- Geral da República.
“Quando um órgão tem problemas com todos outros órgãos, resta ao Presidente da República avaliar a crise e tomar uma decisão” referiu, para de seguida esclarecer que não está ali para fazer “guerrilha política”, que não é esse o seu papel, mas fiscalizar.
Embaló disse estar disponível para apoiar o governo e todos os outros órgãos de soberania.
Por: Assana Sambú
É só agora que o governo precisa de todos os partidos com acentos parlamentares?
Será que a verdadeira razão do derrube do parlamento tem a ver com crise institucional e não da agenda pessoal de alguém?
Foi a primeira vez que se falou dessa crise após a queda do parlamento, mas várias outras foram anunciadas cada vez que se prepara o início de cada sessão parlamentar.