FEDERAÇÃO DE LUTA RECLAMA DO GOVERNO MESMO TRATAMENTO FINANCEIRO DADO ÀS OUTRAS FEDERAÇÕES 

A Federação de Luta da Guiné-Bissau (FLGB) exigiu do executivo a criação de condições “financeiras” idênticas para todas as federações desportivas nacionais, em função dos resultados em competições internacionais, em representação da nação guineense.

A posição da FLGB foi transmitida aos jornalistas na terça-feira, 24 de maio de 2022, pelo presidente do organismo, João Bernardino Soares da Gama, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, após a chegada da caravana desportiva nacional que participou no Campeonato Africano da modalidade de luta livre, em El-Jadida, em Marrocos.

“Temos de ajudar na sensibilização, para que cada um faça um bom trabalho e para que todas as modalidades recebam apoios financeiros em função dos resultados. Imagina, quando não consigo fazer nada e ser posto à minha disposição muito dinheiro e outro atleta que faz um bom trabalho sem que receba incentivos, qual será a concorrência que estamos a promover, ou seja, estaremos, assim a ajudar o nosso desporto?”, questionou.

Bernardino Soares da Gama sustentou que é fundamental promover as federações desportivas nacionais que trazem resultados positivos para a Guiné-Bissau, uma vez que a luta é a modalidade que mais tem representado o país de forma “autêntica”, nas competições internacionais.

“A federação da luta participa em competições ao mais alto nível, como os Jogos Olímpicos. Nas 7 edições em que a Guiné-Bissau esteve, é a única modalidade em que a nossa participação teve mérito, porque participamos e qualificamo-nos. Em termos da participação nos Campeonatos Africanos, dispensamos apresentações” disse.

Segundo explicações de Soares da Gama, apesar das dificuldades financeiras, nas últimas três edições do Campeonato Africano de Luta (2019, 2020 e 2022), os atletas nacionais conseguiram trazer da competição internacional 11 medalhas para a Guiné-Bissau.

Embora a caravana nacional tenha participado nesta competição do continente africano sem apoio financeiro do executivo, o líder federativo assegurou que não se sente desencorajado e continuará a dignificar o país nos certames internacionais.

“Continuaremos a fazer aquilo que nos compete e sensibilizar os atletas para terem fé e coragem, para acreditarem que melhores dias virão, onde encontraremos pessoas com maior sensibilidade desportiva e que apoiarão a modalidade”, conclui.

Nesta última edição do Campeonato Africano de Luta, que decorreu entre os dias 17 a 22 de Maio em Marrocos, a Guiné-Bissau conquistou duas medalhas de ouro e uma de bronze, graças a proeza dos atletas Bacar Midana, M’bundé Cumba Mbali e Diamantino Luna Fafé.

Bacar Midana, 70 kg e M’bundé Cumba Mbali, 65 kg são campeões africanos nas respectivas categorias. Enquanto Diamantino Luna Fafé, 57 kg foi derrotado nas meias-finais.

Falando em nome dos colegas, o jovem atleta Bacar Midana, mostrou-se satisfeito pelo êxito alcançado na competição e pediu às autoridades no sentido de criar infra-estruturas desportivas para os atletas nacionais.

Bacar Midana, sobrinho do lendário atleta, Augusto Midana, nove vezes campeão africano na categoria de 74 kg, que participou pela primeira vez num certame internacional, prometeu superar o seu tio.

Segundo apurou a secção desportiva do Jornal O Democrata, a delegação da Guiné-Bissau viajou para Marrocos, graças ao apoio do Comitê Olímpico nacional.  

Durante o evento, o presidente da Federação de Luta da Guiné-Bissau foi eleito ao cargo de Presidente da Comissão de Desenvolvimento de Luta de Praia Africana, a nível dos 47 países que integram a confederação africana desta modalidade. Além deste cargo, Bernardino Soares da Gama foi convidado para assumir o cargo de vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Confederação Africana da Modalidade, que é presidido por Cabo-Verde.

Neste certame, a Guiné-Bissau é um dos países com grande record na participação, ou seja, tem sido um dos conquistadores de medalha.

Por: Alison Cabral

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