Novo líder da RENAJ: “RENAJ DEVE PARTICIPAR NO CENÁRIO POLÍTICO DO PAÍS, MAS DE FORMA APARTIDÁRIA”

O recém-eleito líder da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Abulai Djaura, defendeu que a organização juvenil deve participar no cenário político do país, enquanto entidade que representa a juventude guineense, contudo, esclareceu que a sua participação não deve inclinar-se para o partido A ou B, mas deve ser uma participação apartidária, trabalhando sempre em defesa da juventude e das organizações filiais.

Abulai Djaura, de 27 anos de idade, eleito no passado dia 28 de maio para dirigir uma das organizações juvenis mais influentes da Guiné-Bissau, defendeu igualmente uma reforma na organização que, segundo a sua explicação, passe pela reestruturação daquela organização juvenil, começando pelas organizações de base que se deparam com vários problemas, sobretudo a reorganização básica, porque “não é possível falar da RENAJ organizada, se as organizações de base não estão bem alinhadas”.

DJAURA DEFENDE REFORMAS INTERNAS E NAS ASSOCIAÇÕES DE BASE

Abulai Djaura assegurou que a RENAJ não é politizada, porque a força da organização e o seu caráter ultrapassam esse nível. Acrescentou que as pessoas à testa da organização é que podem ser politizadas, por isso sustentou que os dirigentes das organizações juvenis devem ser responsáveis, acima de tudo defender as preocupações da juventude.

Explicou na entrevista que uma das prioridades da sua direção é organizar a casa o mais rápido possível, tendo assegurado que os trabalhos começarão com a organização do escritório daquela organização juvenil. Frisou que é urgente encontrar um espaço próprio para o funcionamento da RENAJ para que ela possa desenvolver as suas atividades e ações a favor da juventude e das organizações filiais.

Lamentou que a situação daquela organização continue aquém das expetativas, contudo, reconheceu que a RENAJ tem feito muita coisa, mas também falta muita coisa por fazer, razão pela qual decidiu concorrer à liderança da organização com o intuito de dar continuidade aos trabalhos.

“A nova direção tem enormes desafios para os próximos tempos, porque a juventude e as organizações de base estão a reclamar bastante sobre a atuação da organização. A RENAJ deve participar no cenário político da Guiné-Bissau, enquanto entidade que representa a juventude, mas não deve inclinar-se para o partido A ou B, mas sim deve ficar apartidária. Quem dirige a RENAJ deve ter essa postura, evitando contestações da sociedade e tornar a RENAJ numa organização credível, capaz de ajudar na resolução dos problemas que a Guiné-Bissau enfrenta”, afiançou. 

Solicitado a analisar a gestão do seu antecessor à frente da organização, Abulai Djaura disse que cabe às organizações de base questionarem a liderança do seu antecessor.

“Se os associados tivessem boa impressão sobre a direção cessante, talvez não fosse eleito na última assembleia geral, de maneira que a expressão dos associados no escrutínio dá alguma explicação sobre qual foi o trabalho desenvolvido no passado e qual é a mudança que pretendem ter daqui para frente, dando confiança a minha lista para resgatar a organização”, referiu.

Djaura disse que a posição das organizações de base demonstrou que é preciso sancionar certos comportamentos na eleição, dando oportunidade a outra equipa para conduzir a RENAJ para ver se corresponderá às suas expectativas, por isso a nova direção tem a responsabilidade de trabalhar para satisfazer a necessidade das organizações, esquecer o passado e permitir cada um tirar a sua ilação.

Sobre a crise de liderança que se regista no seio das organizações juvenis, Abulai Djaura disse que a liderança não é a forma de estar de cada indivíduo, mas sim a forma de ser.

“A Guiné-Bissau é um país que precisa tanto de liderança, sobretudo liderança servidora, mas a crise de liderança está a aumentar mais e de forma extensiva para todas as organizações e instituições do país, pelo que a juventude deve assumir esse papel de líder para endireitar a sociedade, invertendo o cenário que se vive em termos da liderança, adotando certos princípios e valores”, notou.

Interrogado sobre o projeto da sua direção para a Rádio Jovem, que é um património da RENAJ, Abulai Djaura disse que a nova direção pretende fazer daquela estação emissora uma instituição que corresponda aos desafios da sociedade e da juventude guineense.

Adiantou que a Rádio Jovem é um instrumento muito importante na vida daquela organização juvenil e do país em geral, por isso defendeu que é preciso aumentar a sua capacidade de radiação, cobrindo todo o território nacional e garantir uma remuneração para técnicos e administradores, que trabalham na estação em regime de voluntariado, para que possam começar a sentir-se mais confortados e esforçarem-se cada vez mais a sua performance para afirmação da rádio.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: Marcelo Na Ritche

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