A Associação Nacional de Proteção dos Trabalhadores Domésticos da Guiné-Bissau (ANAPROMED) exigiu uma indemnização em benefício dos familiares dos seus colegas que faleceram na sequência das barricadas realizadas pela organização em frente ao Ministério da Educação para reivindicar os seus direitos.
A exigência da ANAPROMED foi tornada pública esta quinta-feira, 30 de junho, pelo presidente da organização, Sene Bacai Sanhá, que exigiu igualmente a liquidação de todas as dívidas que o ministério tem com os auxiliares dos serviços gerais.
Em entrevista ao Jornal O Democrata, na sequência da audiência que manteve esta quinta-feira, 30 de junho de 2022, com a Ministra da Educação Nacional, o presidente da ANAPROMED disse que foi acertar passos com a nova ministra sobre os salários em atraso dos auxiliares dos serviços gerais das escolas públicas.
“O nosso advogado já apresentou ao Ministério Público o caso das pessoas que faleceram e outras em situação delicada de saúde, para exigir uma indemnização para os familiares das vítimas”, disse.
Revoltado com a situação, Bacai Cassamá insurgiu-se contra a administração dos diretores das escolas públicas e acusou-os de estarem a cometer “práticas ilícitas” nas escolas e a demitir alguns funcionários sem pagá-los.
“Os novos diretores das escolas públicas não valem nada e todos estão no mesmo sistema. Recebem dinheiro, mas não pagam os funcionários”, afirmou e disse que “não estão interessados em pagar salários aos auxiliares dos serviços gerais”.
Bacai Cassamá disse que a nova Ministra da Educação apelou à serenidade e paciência neste processo e que o seu ministério vai envidar esforços diante do caso dos funcionários das escolas públicas.
“A ministra disse-nos que vai reunir-se com os diretores das escolas na próxima semana, com finalidade de discutir e procurar soluções de como vão conseguir fundos para diminuir as dívidas em causa”, contou.
Sanhá frisou que o processo no Ministério Público está bem encaminhado, graças à denúncia que se fez dos 118 trabalhadores que foram efetivados na categoria de licenciados, que, no entanto, desconhecem o processo de efetivação.
“A Polícia Judiciária fez o seu trabalho e mandou o caso para o Gabinete de Luta contra Corrupção do Ministério Público, que felizmente está a encaminhã-lo muito bem e hoje estamos a ver frutos da nossa denúncia”, enfatizou.
Bacai Cassamá acusou o anterior Ministro de falta de vontade em resolver as dívidas dos funcionários que há mais de 25 anos trabalham nas escolas públicas, salientando que a ANAPROMED decidiu dar benefício de dúvida às autoridades por isso não tem saído ultimamente às ruas para protestar contra a injustiça
Por: Djamila da Silva
Foto: D. S