A Escola Nacional dos Surdos e Mudos inaugurou esta sexta-feira, 1 de julho de 2022, o projeto de produção de blocos, que passa a ser liderado por um grupo de dez jovens da Escola.
O projeto, financiado pela ONG Enabel que formou os jovens em colaboração com a União Europeia (UE), insere-se no âmbito do relançamento do Ensino, Formação Técnica e profissional para o Emprego-RESET.
Enabel apoiou o projeto com materiais de construção, nomeadamente a máquina de produção de blocos, betoneira, carrinhos de mão (carretas), uma mangueira, pás, cimento, cascalho e areia para o arranque dos trabalhos e a sustentabilidade do projeto será assegurada pelo grupo.
O projeto visa promover a inserção de 10 jovens da Associação dos Surdos e Mudos para o fornecimento de blocos ao mercado de Bissau e arredores. Para isso, uma unidade de produção de blocos para Construção Civil foi instalada na Escola.
Em declaração aos jornalistas, Augusto José Lopes, diretor da escola, disse que “o gesto tem um grande significado e é um desafio para a sua instituição”, anunciando que o grupo já foi solicitado a produzir cinco mil blocos, um desafio que agora os 10 jovens deverão começar a enfrentar a partir do mês de agosto próximo.
“Ser deficiente não significa ter falta de capacidade, não. Tem, sim, algumas limitações que podem ser superadas com determinação. É, sim, um motivo de orgulho e estamos convencidos que darão as respostas necessárias”, enfatizou.
Augusto José Lopes frisou que, depois da inauguração do projeto, o foco agora será dinamizar os trabalhos e fazer um trabalho administrativo de base, em termos de caixa, para que possam saber lidar com as contas.
Luís Gomes Correia Júnior, porta-voz do grupo, prometeu trabalhar mais e mais e formar outros colegas para que todos possam estar inseridos no mercado de trabalho.
Júnior pediu às outras organizações nacionais e internacionais no sentido de apoiá-los para que possam ter sustentabilidade.
Por sua vez, Montse Pantaleoni, da delegação da União Europeia e chefe da equipa, sublinhou que a UE decidiu apoiar a associação dos surdos e mudos, porque “ a educação inclusiva é uma das prioridades dos 27 Estados europeus”.
“Estou muito satisfeita em ver que este programa está a apoiar pessoas valentes e trabalhadoras. Portanto, espero que tenham seguimento e no final de cada mês possam ter um salário e mais investimento. É importante que lutemos todos para não deixar ninguém para trás. Temos que ser solidários uns com os outros”, frisou.
Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S