A Polícia Judiciária (PJ) deteve duas funcionárias do Ministério das Finanças, Domingas António Fernandes e Georgina Sene Djana, por suspeitas de falsificação de documentos e de identidade, lê-se num auto de denúncia a que o jornal O Democrata teve acesso.
Segundo o documento, Domingas António Fernandes terá introduzido o nome de Maria da Silva, sua vizinha, para beneficiar da pensão de sobrevivência anual no valor de 4. 980 000 francos, na qualidade da viúva de Carlos Sami, combatente da liberdade da pátria e ex-coronel do exército, mas que, na realidade, a beneficiária desconhece essa pessoa. Constatou-se que o nome do marido da suposta beneficiária é Raul Siga, carpinteiro por conta própria.
“Nhima Sambu foi introduzida na base de dados como viúva de combatente para beneficiar da pensão de sobrevivência no valor mensal líquido de 315.000 francos cfa, correspondente a 3 780 000 francos cfa anual”, lê-se.
O documento refere também que Georgina Sene Djana é suspeita de introduzir o nome da sua mãe, Fátima Sanhá, para beneficiar da pensão anual no valor de 4.193.904 francos cfa, na qualidade de viúva de Eduardo Sana Djana, combatente da liberdade da pátria e inspector do Ministério do Interior. Na realidade, Eduardo Sana Djana, pai da suspeita, nunca foi Inspetor daquele Ministério, mas sim um motorista do Ministério das Obras Públicas falecido em 2010.
De 2014 a esta parte, segundo o documento, Domingas António Fernandes terá beneficiado de uma soma em dinheiro estimada em 29.040.000 francos cfa, enquanto a Georgina Sene Djana terá beneficiado de 38.741.190 francos cfa.
Refira-se que as suspeitas estão detidas nas celas da PJ em Bandim.
A PJ requereu ao Ministério Público a legalização da prisão preventiva das duas suspeitas, considerando que, estando em liberdade, podem colocar em risco os meios de prova essenciais a descoberta da verdade dos factos ligados a elas e dos seus colaboradores.
Por: Tiago Seide