
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, conseguiu, desta vez, viajar para Portugal e fez duras críticas ao governo, afirmando que “é triste quando se pensa que a administração de força é capaz de condicionar o setor judicial ou usurpar competências dos outros órgãos”.
“O que eu sei é que não posso ceder aos caprichos de outras pessoas. Vou continuar a defender os princípios da liberdade e dos direitos fundamentais dos cidadãos e a minha convicção é que devem ser observados os direitos e liberdades dos cidadãos”, disse.
Em declaração aos jornalistas no recinto do Aeroporto Osvaldo Vieira antes de viajar para Lisboa esta terça-feira, 07 de setembro, Domingos Simões Pereira disse esperar que as “ordens superiores” alegadas pelas forças de segurança na sexta-feira passada para vedar-lhe o acesso ao interior do aeroporto tenham sido removidas.
O líder dos libertadores convidou o povo guineense a unir-se na luta contra as ações que põem em causa as suas liberdades e seus direitos.

“Eu viajo enquanto homem livre não há nada que pende sobre mim. Em nenhuma circunstância e em nenhuma condição eu irei negociar a minha condição de liberdade. Vou como um homem livre e espero voltar como um homem livre e continuar a batalhar para que todos tenham o direito e a oportunidade de defenderem-se” realçou.
Garantiu que da sua parte não houve nenhuma invocação de situações de saúde para a sua viagem, contudo disse que é uma viagem de carater privado.
Questionado sobre o comunicado do Conselho de Ministro no qual o governo decidiu suspender a admissão de novos ingressos nos setores de saúde e educação, disse que o governo deveria pensar no que o povo precisa: investimento na educação e capital humano e não nas forças de repressão.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M