GOVERNO DIZ QUE AUMENTO DA FÍSTULA OBSTÉTRICA TEM A VER COM FALTA DE INFORMAÇÃO 

A secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Maria de Fátima Vieira, afirmou esta quarta-feira, 21 de setembro de 2022, que a falta de informação tem contribuído para o aumento da Fístula Obstétrica na Guiné-Bissau.

A governante falava na abertura da campanha de cirurgia à fístula obstétrica a decorrer desde 19 prolongando-se até 30 de setembro de 2022, tendo realçado que é preciso intensificar esforços na sensibilização em matéria da fístula obstétrica.

“A sensibilização deve ser assumida por todos enquanto membros da sociedade civil, pois quando se trata de uma lesão que pode ser prevenida e tratada, a ação de sensibilização deve ser uma prioridade”, disse.

Maria de Fátima Vieira admitiu que a proporção que a doença tem tido no país   é resultado das consequências da desigualdade de género, da pobreza e um dos resultados da debilidade dos serviços de saúde.

A secretária de Estado de Gestão Hospitalar aponta o casamento prematuro, a gravidez precoce e a desnutrição como outras grandes causas do problema.

Alertou que é preciso ter a consciência de que um parto prolongado, sem assistência devida e atempada de um profissional de saúde qualificado, origina sérios problemas para a mulher, um dos quais “a fístula obstétrica”.

Neste sentido, apelou aos pais e encarregados de educação a criarem oportunidades às raparigas para terem acesso aos serviços de saúde e desassociar o planeamento familiar das crenças culturais, como forma de evitar consequências da gravidez precoce, bem como beneficiar de muitas outras vantagens relacionadas ao planeamento familiar.   

O diretor-geral do Hospital Nacional Simão Mendes, Sílvio Caetano Coelho, assegurou que a campanha de cirurgia contra a fístula obstétrica é uma   oportunidade para o hospital poder contribuir mais uma vez no tratamento da doença.

Por sua vez, o representante do UNFPA na Guiné-Bissau, Jocelyn Fenard, enfatizou que a reparação da fístula obstétrica além de contribuir para o restabelecimento da integridade física e da dignidade das trinta mulheres que serão operadas, responde aos compromissos da Guiné-Bissau em reduzir as causas de morbilidade e mortes maternas evitáveis até 2030.

Segundo Jocelyn FENARD, de acordo com o método de cálculo proposto pela universidade Jhons Hopkins, a incidência de fístula obstétrica na Guiné-Bissau seria de 6 casos por ano.

“A questão da fístula obstétrica é complexa porque vai além da simples questão do atendimento médico durante as campanhas anuais”, salientou.

Por: Carolina Djemé

Fotos: Marcelo Naritche

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