O antigo Presidente Interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, defendeu que a solução para o diferendo judicial que opõe a direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o militante Bolom Conté deve ser política e não judicial, tendo assegurado que o PAIGC é um partido maduro e capaz de resolver os seus problemas internos, por isso não deve ficar à espera de uma decisão do tribunal.
Pereira defendeu esta posição na terça-feira, 04 de outubro de 2022, em declarações aos jornalistas depois da entrega de uma carta ao presidente da Comissão organizadora do décimo congresso do PAIGC, na qual pediu esclarecimentos sobre as razões que dificultam a realização do congresso e alertou o partido no concernente ao prazo dado pelo Supremo Tribunal de Justiça para legalizar os órgãos.
O pretendente candidato à liderança dos libertadores lembrou que tinha deixado a política ativa, mas depois de uma análise com dirigentes daquela formação política decidiu voltar à política ativa, prometendo colocar toda a sua experiência política à disposição do Partido.
“A carta relata a minha inquietação face aos acontecimentos relativamente à realização do congresso. Não se sente a preparação do Congresso como antes se sentia em todo o país. Sentimos falta da promoção do diálogo para ultrapassar os impasses que obstaculizam a realização do congresso” disse, para de seguida, afirmar que unidos não há nenhuma força externa que consegue desestabilizar o partido, “porque se trata do maior partido da Guiné-Bissau e é incontornável no cenário político nacional”.
Aos militantes do PAIGC, o ex-chefe de Estado pediu para que não tenham medo do próximo embate político marcado para dezembro deste ano.
“Para nós, a realização do Congresso é o momento de reafirmarmos a nossa política democrática interna, para no final mobilizarmo-nos à volta do vencedor” referiu.
Pereira disse acreditar que o partido conseguirá realizar o seu Congresso e participar nos próximos escrutínios eleitorais.
Por: Epifânia Mendonça