O Porta-voz da Frente Social dos Sindicatos da Educação e da Saúde, Ioio João Correia, reconheceu que a situação da saúde na zona sul está “alarmante”, por não haver profissionais de saúde suficientes para atender às necessidades sanitárias da população daquela zona.
O facto deve-se à decisão do governo em não admitir a entrada dos novos professores e profissionais de saúde e de ter suspenso mais de mil novos ingressos no setor de saúde que haviam sido admitidos em 2021.
Em conferência de imprensa esta terça-feira, 11 de outubro de 2022, para fazer o balanço de dois dos cinco dias de greve, Correia denuncia que em algumas áreas sanitárias a população está a ser atendida pelos estagiários curriculares e extracurriculares, lembrando que estes só podem atuar mediante a observação direta do tutor ou supervisor.
“No hospital de Canchungo e centro de Saúde de Geba, os estagiários estão a ser postos na escala de serviço neste momento de greve. A luta que estamos a fazer é para o benefício de todos os profissionais de saúde. Os estagiários não devem aceitar que sejam usados para substituir os técnicos colocados. Neste momento, a população está a ser atendida por pessoas sem experiência profissional”, denunciou.
Sobre os serviços mínimos, João Correia lembrou que os profissionais de saúde têm apenas a obrigação de manter o serviço mínimo nas urgências hospitalares. Responsabilizou os atuais governantes pela situação em que se encontram os setores sociais, nomeadamente a Saúde e a Educação, desafiando os eleitores a sancioná-los nas urnas nas próximas eleições legislativas de 18 de dezembro.
A Frente Social dos Sindicatos da Educação e da Saúde exige entre outros pontos o pagamento de dívida em atraso nos setores de Saúde e Educação, pagamento de subsídio de vela, desde 2018, de isolamento, de giz, carga horária e conclusão do processo de efetivação dos professores e profissionais de saúde, e a revogação dos despachos que suspenderam os profissionais de saúde.
A greve iniciada esta segunda-feira, 10 de outubro, termina no dia 14, mas os sindicatos avisam que não vão suspender a paralisação até que as suas reivindicações forem atendidas pelo governo.
Embora não tenha avançado com a percentagem, Ioio João Correia considera aceitável o nível de adesão à greve, tendo apelado à participação massiva dos profissionais dos sectores da Saúde e da Educação.
Por: Tiago Seide
Foto: TS