
O ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Gomes, disse na quarta-feira, 12 de outubro de 2022, que os partidos políticos sugeriram que se faça um novo cronograma eleitoral que permita ao Presidente da República remarcar a nova data do escrutínio, por não existirem condições legais para a realização das eleições legislativas a 18 de dezembro deste ano.
Fernando Gomes falava à imprensa depois da reunião com partidos políticos para abordar a situação do processo eleitoral no país, na qual disse que o executivo trabalhou “afincadamente” para o cumprimento da data marcada, mesmo com as dificuldades.
Segundo Fernando Gomes, o governo mandou fabricar impressoras que só conseguiram chegar ao país na segunda quinzena de setembro último.
Justificou que não começou o processo de recenseamento devido à inacessibilidade de certas zonas do país nesta época chuvosa e sensibilidade dos materiais que não podem apanhar a chuva, tendo admitido que o encontro com os representantes dos partidos foi muito bom, porque “houve uma compreensão ou consenso entre partidos políticos”.
O governante informou que os partidos políticos exigiram que seja feito o recenseamento de raiz e consequente emissão e entrega de cartões no ato de recenseamento.
À saída da reunião, o Secretário Nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Aly Hijazi, disse que se o governo tivesse cumprido as suas obrigações em conformidade com as leis do país seria possível realizar as eleições no dia 18 de dezembro, mas “infelizmente até ao momento falta muita coisa por fazer para a concretização do processo”.

“Por isso, o PAIGC recomenda que o governo trabalhe no sentido de apresentar ao chefe de Estado um novo cronograma e alterar a data de ida às urnas”, sublinhou.
Para o representante do Partido da Renovação Social (PRS), Hotna Cufuk Na Dohá, o que ouviram na reunião não foi apenas “questões técnicas”, mas também “aspetos operacionais, financeiros e materiais foram levantadas para a concretização do processo eleitoral”.

“O PRS já vinha observando essa situação há muito tempo”, disse, admitindo faltam condições legais, técnicas e financeiras para a realização das eleições em dezembro do ano em curso.

Por sua vez, o vice-presidente da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Samuel Denis Manuel, informou que, de acordo com o relato feito pelo ministro da tutela, existem condições técnicas para iniciar o processo eleitoral, mas o problema que se põe tem a ver com outros condicionalismos, nomeadamente a questão das chuvas e outras dificuldades que existem e que podem impossibilitar a realização das eleições a 18 de dezembro.
Por: Aguinaldo Ampa