O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, acusa o governo de não só ser “ilegal mas também incompetente e incapaz”, por o executivo não conseguir realizar as eleições legislativas antecipadas marcadas “fora de prazo constitucional” para o dia 18 de dezembro de 2022.
De regresso ao país, proveniente de Portugal, Simões Pereira lembrou que “estamos em novembro e o recenseamento eleitoral ainda não começou”.
“Parece que as dificuldades na interpretação das leis continuam. Para um Estado funcionar tem que respeitar as leis e as leis são muito claras em relação a isso. Quando não se conseguiu fixar as eleições no prazo de 90 dias, depois da dissolução do Parlamento, já estávamos a violar uma lei. Foram fixadas as eleições para o dia 18 de dezembro, estamos em novembro e o recenseamento ainda não começou, estamos a violar a lei” insistiu, desafiando que antes de se fixar uma nova data, é preciso reconhecer que este “governo não só é ilegal como também é incompetente. É incompetente e incapaz e é preciso tirar ilações em relação a isso”.
Simões Pereira manifestou a disponibilidade do PAIGC para continuar a fazer o seu trabalho e contribuir para que o país volte à normalidade constitucional.
Em relação às paralisações nos setores sociais, o líder dos libertadores afirmou que as paralisações não constituem surpresa, porquanto os atuais governantes não têm os setores da educação, da saúde e da assistência social como prioridades de governação. Por isso, espera que o povo guineense compreenda isso, alinhando o seu posicionamento em relação a quem o tem como prioridade.
Disse também que há uma dinâmica a nível da diáspora que o país não deve ignorar.
“Os cidadãos estão preocupados com a situação do país. Mas para ser cidadão não basta só estar preocupado, é preciso estar preparado. O que devemos fazer, nós, enquanto partidos, vamos defini-los, mas é bom enquanto cidadãos perguntarmo-nos o que estamos preparados para fazer para que o país não esteja em situação em que se encontra” desafiou.
Sobre o congresso, Domingos Simões Pereira anunciou para esta tarde [hoje, 11 de novembro] uma reunião do comité central, na qual provavelmente o assunto estará de entre os pontos a serem abordados.
Por: Tiago Seide
