O vice-primeiro ministro, Soares Sambu, disse que a Guiné-Bissau registou grandes progressos na construção da estabilidade económica e política, apesar de um ambiente desafiador associado à economia “altamente” dependente da exportação da castanha de cajú e “vulnerável” a choques externos.
Soares Sambú admitiu que o país tem um quadro macro-económico estável, por apostar na consolidação orçamental e na optimização das finanças públicas, salientando que a Guiné-Bissau deve encarar como um dos seus desafios o desenvolvimento de políticas públicas adequadas, que estimulem o setor privado e que criem um ambiente de negócio favorável no país, promovendo a diversificação da economia.
O vice-primeiro-ministro fez essa observação esta quarta-feira, 30 de novembro de 2022, na abertura do fórum de investimento e comércio de impacto, no qual revelou que o governo definiu como prioridade a execução de projetos estruturantes nas áreas das infraestruturas, energéticas, rodoviárias, tecnologias de informação e comunicação, agro-indústria, turismo, transportes, saúde e educação.
Explicou que a estratégia do governo assenta num princípio fundamental, o setor privado, que deve ser um grande impulsionador do desenvolvimento económico e social, proporcionando condições para o crescimento, a redução da pobreza e a prosperidade partilhada .
“Acreditamos que com o investimento no setor privado, vamos vencer os desafios e criar riqueza, emprego e crescimento econõmico”, sublinhou.
Soares Sambú defendeu o diálogo permanente entre o governo e o setor privado, porque “vai permitir identificar e propor soluções para os principais constrangimentos que afetam o desenvolvimento do setor privado e diferentes setores da economia nacional”.
“Por isso o governo está engajado e determinado na implementação de reformas fundamentais sobre os desafios estruturais, o que proporcionou a assinatura de um programa de reformas com o Fundo Monetário Iinternacional”, enfatizou.
O também coordenador para área económica do governo afirmou que o país foi atingido por um enorme choque derivado da queda dos preços da castanha de cajú em 2019, a pandemia da Covid-19, a subida de preços dos produtos da primeira necessidade, a escassez do combustível causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“O país oferece um enorme potencial de negócios para os que pretendem investir, porque têm um forte potencial humano e a população ativa é jovem e numerosa , sendo mais de 50% do tal de 1.9 milhões de habitantes que o país tem”, salientou.
Neste sentido, disse esperar que o fórum vá ajudar no processo intra-continental para a institucionalização de um mercado comum e para a realização dos negócios entre os países africanos, sobretudo na redução dos custos de transações na realização de negócios intra-continente e uma rápida expansão do investimento estrangeiro para o desenvolvimento social do continente.
Por sua vez, o representante residente do PNUD, Tjark Egenhoff, informou que o fórum visa descobrir a agenda de investimento empresarial, que abrange toda a economia do país.
“Permitirá aos investidores descobrirem o potencial do país e também, a inserção da Guiné-Bissau na economia africana e no livre comércio”, disse.
Participam no fórum de investimento e comércio de impacto de cinco dias, os embaixadores de Nigéria, Cabo Verde e África do Sul.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N