O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, propôs aos partidos políticos um debate interno à volta de uma nova configuração do Secretariado Executivo da Comissão Nacional de Eleições, mas o Partido da Renovação Social (PRS) defendeu a recomposição deste órgão para legitimá-lo, porque “não se pode ir às eleições com uma CNE caduca”.
Esta quarta-feira, 30 de novembro de 2022, o chefe de Estado convocou os partidos políticos que estavam representados no Parlamento dissolvido para ouvi-los e ajudá-los a encontrar um consenso político sobre o novo figurino da CNE, mas nenhum partido quis prestar declarações à saída da auscultação.
Em entrevista à Rádio Popular e à Rádio Voz do Povo, Fernando Dias, presidente em exercício do PRS, disse que o chefe de Estado sugeriu aos partidos um debate interno com Cipriano Cassamá, presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), à volta da nova composição da CNE.
“Informamos ao presidente Sissoco que é possível que os partidos encontrem uma proposta para a nova composição do órgão. Não podemos avançar nenhuma informação sobre a futura proposta, mas podem acreditar que será uma proposta que garantirá a fidelidade, a lealdade e a honestidade sobre o processo”, assegurou e disse não estar em causa a credibilidade dos atuais elementos do secretariado executivo, mas sim a caducidade do órgão, que “já não tem a legitimidade legal”.
Em reação ao espancamento do advogado Marcelino Ntupe, Fernando Dias afirmou que o PRS nunca se compactuou com a violência.
“É lamentável espancar um advogado por emitir uma opinião. O PRS condena este ato e pede a responsabilização dos autores pelos seus atos. O Estado deve garantir a segurança aos cidadãos. Mais caricato é que o cidadão Marcelino Ntupe é advogado de um caso que vai a julgamento no próximo dia 6 de dezembro. Há mecanismos legais para resolver os problemas, é isso que o PRS defende”, disse.
Por: Filomeno Sambú