O primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, convidou todos os guineenses a trabalharem pela paz efetiva no país e pela promoção da alternância democrática por via das urnas, não por meio de violência ou da guerra. O chefe do Governo lançou esse desafio esta quarta-feira, 21 de dezembro de 2022, no âmbito da visita ao Seminário Maior Diocesano, entidade que acolheu alguns membros do governo no dia 1 de fevereiro, após o ataque ao palácio do governo.
Em declaração aos jornalistas, Nuno Gomes Nabianreconheceu o papel da igreja católica nesse dia e descreveu o dia 1 de fevereiro como um acontecimento “dramático” e “duro” para a sociedade guineense.
“Não é possível pensar no desenvolvimento da Guiné-Bissau, com constantes conflitos sem que haja uma paz duradoura”, alertou e disse que “quem quer chegar ao poder deve trabalhar para ser eleito nas urnas, não por via da força”
Nuno Gomes Nabiam falava à imprensa após ter visitado as instalações do Seminário Maior em reconhecimento do local onde membros do governo foram abrigados no passado 01 de fevereiro, quando Palácio do Governo foi atacado, tendo dito que foi “Um dia terrível para todos os cidadãos e o país em geral, razão pela qual não nos podemos esquecer do local que nos acolheu, nos deu um tratamento especial e alimentação”, afirmou.
“Participei nas eleições presidenciais em 2014 e perdi. Embora não tenha ficado satisfeito com os resultados eleitorais, aceitei o veredito final da urna em nome da Guiné-Bissau e hoje sou primeiro-ministro, de maneira que todos os políticos devem concentrar todos os esforços à volta dos interesses comuns do país”, aconselhou.
Enfatizou a dinâmica das atuais autoridades e do Presidente da República, no contexto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e das outras organizações internacionais.
“O governo está a ter resultados fantásticos, que durante 50 anos não tinham sido alcançados em termos de infraestruturas rodoviárias. Foi anunciada a construção de um hospital de referência com capacidade de 50 camas e a resolução dos problemas de educação e da saúde”, enfatizou.
Questionado sobre os ataques a mão armada que se registam no país, o primeiro-ministro afirmou que é a primeira vez, na história do país, que um governo faz um investimento de alto nível no ministério do Interior para garantir a segurança aos cidadãos na Guiné-Bissau.
“O dinheiro poderia ter sido canalizado para os setores de saúde e educação e infraestruturas, mas o executivo decidiu priorizar a segurança dos cidadãos”, revelou, esclarecendo que tem consciência da sua missão e que nunca vai ficar pela eternidade nas funções que atualmente exerce.
“Caberá ao povo fazer julgamento nas urnas se vale ou não a pena renovar a sua confiança em mim ou no meu partido. Estou disponível para continuar, mas se a outra pessoa for confiada esta missão, darei sempre o meu apoio”, assegurou.
Nuno Gomes Nabiam afirmou que a Guiné-Bissau não é diferente de outros países do mundo, “basta olharmos para os índices e fazer comparação com outras nações, podemos chegar à conclusão que não existem tantos problemas de segurança no país”.
Por seu lado, o perfeito do Seminário Maior, Padre Keylandio Jaquité, disse que a prontidão da Igreja Católica foi no sentido de garantir sossego aos cidadãos e reagiu neste contexto para proteger os homens que estavam em perigo.
“Vamos continuar a rezar para toda a gente, para o sossego dos guineenses e pela a paz na Guiné-Bissau”, assegurou.
Por: Aguinaldo Ampa