Domingos Simões Pereira: “DIRIGENTES E MILITANTES DO PAIGC NÃO DEVEM TER MEDO DE PERSEGUIÇÕES E DE AMEAÇAS”

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, afirmou esta quarta-feira, 11 de janeiro de 2023, que numa estrutura política como PAIGC, os seus dirigentes e militantes não devem ter medo de perseguições, de espancamentos e de ameaças, mas  sim estar mais preparados e armados dos fundamentos ideológicos necessários para poder compreender que aquela é uma oportunidade, em nome do povo guineense, enfrentar o desafio e restituir a liberdade que custou muito caro não só aos combatentes, mas também ao conjunto do povo da Guiné-Bissau. 

Domingos Simões Pereira falava na cerimónia de cumprimentos de ano novo dos militantes do PAIGC, lembrando que cumprimentos   de ano novo “é uma tradição no PAIGC que serve não só para avaliar aquilo que foi ano transato, mas é sobretudo para desejar que o ano novo seja mais positivo na vida das pessoas, famílias do povo guineense em geral”.

O dirigente dos libertadores informou que 2023 será um ano de desafios, a começar por 20 de janeiro, data em que completam 50 anos desde assassinato do líder do PAIGC e fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Amílcar Lopes Cabral. 

Simões Pereira defendeu que meio século do assassinato deve merecer um destaque muito especial, senão a nível nacional, pelo menos a nível do PAIGC, porque “estamos a um ano para celebrar centenário do nascimento do mesmo líder” e paralelamente a isso, “há um calendário político bastante importante, nomeadamente a realização das próximas eleições” e “o PAIGC sente que o povo olha para suas estruturas com esperança de resgatar o atual poder”.

“Amílcar Cabral foi assassinado no espaço que era o secretariado do PAIGC em Conacri e pensamos que lugares como esse, a exemplo daquilo que estamos a fazer um pouco por todo território nacional, criando marcos para colocar em todos sítios, onde tenha acontecido algo de histórico em relação a nossa trajetória”, disse.

Segundo Domingos Simões Pereira, um povo só tem grandeza, quando conhece a sua história, anunciando uma deslocação à Conacri de várias estruturas do partido para não só fixar esse marco no sitio onde Cabral foi assassinado, como também outros lugares naquele país que simbolizaram o início da resistência política e armada.

Pereira exortou os cidadãos guineenses a recensearem-se em massa, porque as suas armas são votos, independentemente da forma como estão a sentir em relação ao regime e tudo o que está a acontecer no país. 

Assinalou que é preciso ter instrumentos certos para poder enfrentar a situação para se recensear, porque “só tendo o cartão é que cidadãos podem defender os seus direitos e todos os cidadãos que reúnem as condições para o efeito que se vão recensear e controlem como o processo está a ser executado”.

Sobre o recurso intentado de novo pelo militante Bolom Conté, o presidente dos libertadores disse que todo o povo guineense percebeu que aquele caso não é um processo judicial, mas sim “um processo político politizado até a último elemento da sua envolvência”. 

“O PAIGC provou ao povo guineense a sua capacidade de mobilização e realizou um congresso incomparável aos outros partidos políticos e os delegados que estiveram no congresso não foram comprados na rua, mas sim eleitos nas suas bases, portanto estamos  tranquilos”, vincou.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A      

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *