O Governador do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), o marfinense, Jean-Claude Kassi-Brou, revelou esta segunda-feira, 16 de janeiro de 2023, que os indicadores macroeconómicos dos países da comunidade estão bem orientados, tendo assegurado que a Guiné-Bissau conheceu um crescimento sólido em 2022 e que deve prosseguir em 2023 para atingir outro nível de indicadores.
Kassi-Brou, como é conhecido na imprensa guineense na altura em que exercia a função do presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), fez essa revelação aos jornalistas à saída de uma audiência com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, a quem foi felicitar pelo apoio dado para a sua nomeação à liderança do BCEAO a 04 de junho de 2022, durante uma cimeira extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), realizada à margem da Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, em Acra, capital do Gana.
“Aproveitamos o encontro para fazer o ponto da situação ao Presidente da República sobre a situação do banco central e do setor monetário e financeiro da união, mas sobretudo a situação da Guiné-Bissau. Informamos ao Presidente Sissoco Embaló que os indicadores macroeconómicos estão bem orientados. Em 2022 registou-se um crescimento relativamente sólido na Guiné-Bissau que deve prosseguir em 2023”, disse em declarações aos jornalistas, acrescentando que é preciso ir para além dos indicadores em 2023.
Explicou que a inflação constitui uma preocupação em todos os países da UEMOA, porque “deve-se às tensões geopolíticas registadas no mundo e às crises na sub-região, que fizeram subir a inflação. Estamos neste momento acima dos sete por cento (7%) da inflação na região da UEMOA e na Guiné-Bissau a inflação está alta, mesmo assim saudamos as autoridades pelas medidas adotadas para baixá-la”.
O governador anunciou que o banco central vai prosseguir os “trabalhos árduos” para lutar contra a inflação, que não deve ultrapassar os três por cento, sobretudo, por este ser um dos objetivos da união monetária.
“Evocamos a situação do setor bancário na Guiné-Bissau que no seu conjunto está bom. O financiamento da economia é apoiado e com uma taxa de crescimento situada em mais 10% da economia guineense, portanto o banco desempenha o seu papel. A situação bancária está boa e o crédito económico está assegurado, mas é preciso sempre estar vigilante com os riscos. Foram os assuntos que debatemos com o Presidente da República e aconselhou-nos a continuarmos a trabalhar de forma a regularizar todas as questões suspensas para que o setor bancário continue a financiar a economia e torná-la mais sólida para desempenhar o seu papel de apoiar o setor público e privado”, contou.
Por: Aguinaldo Ampa/Assana Sambú