Encontro com anciões balantas: SISSOCO ACUSA BUBO NA TCHUTO DE ORGANIZAR PESSOAS PARA O MATAR

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, acusou esta segunda-feira, 16 de janeiro, o antigo chefe de Estado-Maior da Armada guineense, o Contra-Almirante José Américo Bubo Na Tchuto, Tenente Tchami Yalá, Domingos Yongna, Tambraia e mais outras pessoas de organizarem pessoas para o assassinar em plena reunião do Conselho de Ministros, realizado no Palácio de Governo a 1 de fevereiro de 2022.

“Eu não lhes fiz nada para me matarem! Mesmo se tivessem conseguido, nenhum deles seria o Presidente da República, porque na verdade existem outras pessoas por detrás dessa ação. Mas hoje quem está a pagar a culpa dessa tentativa são eles. As pessoas que os empurraram para me matar estão tranquilas nas suas casas”, disse Embaló, durante o encontro mantido com um grupo de anciões balantas na presença do Primeiro-Ministro e  líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian.  

Embaló revelou na reunião que está na posse de informações que existem pessoas que se deslocam às aldeias para se reunir com homens grandes balantas e realizar cerimónias que lhes dão força espiritual para fazer mal ao país.

“Quem conhece os balantas sabe que não têm cultura de fazer mal a ninguém, mas um grupo minoritário daquela etnia quer pôr a sociedade guineense contra os balantas, não devem aceitar isso”, disse.

O chefe de Estado defendeu que a sociedade guineense deve viver em paz e em harmonia, porque “só isso pode ajudar no desenvolvimento que almejamos na Guiné-Bissau”.

“Porque é que quando as pessoas de outras etnias querem fazer mal ao país, procuram homens grandes balantas para a execução dos seus planos, como se fossem assassinos? Os balantas são conhecidos como trabalhadores, não matadores. Os anciões que pertencem a esta etnia devem rejeitar ou desassociar-se das pessoas que, a todo o custo, querem estragar o nome dos balantas”, disse.

“Enquanto Presidente da República, ninguém matará nenhum balanta, muito menos fazer mal à Guiné-Bissau. De igual modo nenhum balanta pode matar pessoas de outros grupos étnicos, porque a Guiné-Bissau é de todos nós. Neste país, não conhecemos a raça nem a religião, mas por causa da política, a divisão étnica está a ganhar campo cada vez mais e isso não é bom para a nossa convivência. A história de dizer que estou contra os balantas não corresponde à verdade”, garantiu.

Em representação de grupo de anciões, Sumba Nandungue disse que a etnia balanta nunca organizou um coletivo de pessoas para falar com o Chefe de Estado, mas desta vez decidiram agrupar-se num fórum para se encontrarem com o Presidente da República para debruçar sobre a situação do país.

“Não queremos ver mal a acontecer neste país, muito menos colaborar com alguém que quer, por via da arma, tirar do poder alguém que conseguiu se eleger pelas urnas”, esclareceu, para de seguida avançar que estão organizados em fórum de anciões para sensibilizar as pessoas a absterem-se de atos que não ajudam a Guiné-Bissau.

“Homens grandes balantas não serão o guarda-chuva de ninguém na Guiné-Bissau, nem das pessoas que querem fazer mal a outro cidadão nacional, porque isso não faz parte da cultura balanta”, assegurou, adiantando que querem continuar a ver o chefe de Estado a trabalhar seriamente para mudar o país, particularmente na construção de estradas.

“Não queremos acontecimentos como o de 1 de fevereiro do ano passado. Estamos aqui para cuidar do país e salvá-lo da impureza, sobretudo vimos agora aguaceiros fora da época das chuvas que caiu esta manhã no país, significa que estamos a lavar o país”, assegurou o chefe de grupo dos anciões.

Por: Aguinaldo Ampa

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