ESTUDANTES DA ENA DENUNCIAM ESPANCAMENTOS E PRISÃO DE ALGUNS DIRIGENTES DA ASSOCIAÇÃO 

Os Estudantes da Escola Nacional da Administração (ENA) denunciaram  esta quarta-feira, 18 de janeiro de 2023, que foram espancados pelas forças de segurança, numa vigília para exigir  o funcionamento  integral das aulas. 

Os estudantes denunciaram igualmente que, na sequência  da vigília, um dos elementos do grupo foi  preso, segundo o porta-voz da Associação, Artemio Quintino Gomes, que acusa o diretor da escola, Agostinho Baiem Fande, de  ser cúmplice no desaparecimento do presidente da Associação.

“A direção da escola é a principal suspeita do desaparecimento do nosso presidente, porque o tinha ameaçado num dos encontros de negociação. Ameaçaram-no que, se  as aulas da manhã fossem paralisadas seria detido, porque a vigília mancharia a imagem  da escola”, denunciou.

Segundo o porta-voz dos estudantes,  o presidente  da associação terá desaparecido na última madrugada quando queriam informá-lo que estava a ser procurado por pessoas armadas, permanecendo desde então  incomunicável.

“O nosso presidente ligou-me esta madrugada a dizer que tinha informações que estava a ser procurado por homens armados. Fiquei preocupado, chamei alguns dos nossos colegas e dirigimo-nos até a sua casa e não o encontramos. Depois disso, procuramo-lo em alguns lugares , ligamos para o seu telemóvel  também estava desligado e até ao momento não temos nenhuma informação sobre ele”, afirmou.

Os estudantes consideraram a atitude da direção da escola e das forças de segurança  de falta de visão de desenvolvimento”, porque “estão para servir o povo, não para massacrá-lo”,  transmitindo que os estudantes estão determinados em continuar a exigir  os seus direitos.

“Essas entidades não estão interessadas no processo de  desenvolvimento do país, portanto não vamos desistir, decidimos sair daqui  mortos, mas não vamos ficar de  braços cruzados e a ver o nosso Estado a ser degolado”, frisou, para quem a demissão do diretor da escola “é imperativa”, bem como a retoma plena do funcionamento das aulas como está a acontecer nas outras instituições do ensino público.

“Realizamos a  vigília porque as aulas têm funcionado parcialmente na ENA , devido à decisão  do governo que  suspendeu a contratação dos professores e como consequência, a direção apenas conseguiu assegurar o funcionamento do primeiro dos três  turnos, o de manhã, que também tem funcionado  fraco, porque  a ENA ficou deserta “, fundamentou. 

Por: Simaira de Carvalho 

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