
O ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba, alertou que é urgente repensar o sistema de saúde e expandir as infraestruturas sanitárias com o foco nos cuidados primários de saúde, acrescentando que a visão de uma saúde para todos deve acompanhar a dinâmica demográfica do país.
Cumba fez estas afirmações na cerimónia de abertura do fórum nacional sobre os cuidados primários da saúde, uma iniciativa do governo em colaboração com as Nações Unidas e a União Europeia, que decorre de 6 a 8 de fevereiro, numa das unidades hoteleiras de Bissau, sob o lema “Unidos pela saúde e pelo bem-estar da população da Guiné-Bissau”.
A realização do fórum, de acordo com os organizadores, é uma oportunidade para trocar informações sobre a situação sanitária do país, como também visa gerar compromissos de atores nacionais e internacionais sobre as ações necessárias para acelerar o progresso para a saúde e o bem-estar da população.
O ministro da saúde explicou na sua intervenção que a prevalência de doenças transmissíveis e a desnutrição continuam altas na Guiné-Bissau, sobretudo nas mulheres e crianças vulneráveis, acrescentando que as atuais condições sociais, económicas, culturais e geográficas favorecem a persistência de vários problemas de saúde.
Assegurou que para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável, a abordagem epidemiológica necessita de uma ação centrada nos serviços preventivos e promocionais de saúde. Lembrou que o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário de 2018, apontava que mais de que a metade da população guineense não tem acesso aos serviços de saúde numa distância de percurso de uma hora de tempo.

“Fórum pretende apoiar na definição de ações concretas a curto e médio prazos para fortalecer o sistema dos cuidados primários de saúde. As estratégias chaves serão definidas ao longo destes dias para melhorar a sustentabilidade do nível mínimo de financiamento necessário para fornecer pacotes eficazes de intervenções essenciais e vitais”, sublinhou.
Por sua vez, o Coordenador Residente das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Anthony Boamah, disse que sem uma população saudável torna-se difícil um país desenvolver-se. Exortou ao executivo que é necessário canalizar mais recursos logísticos humanos, técnicos e financeiros para cuidados de saúde primários e, particularmente nas regiões.
Para o Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, a saúde constrói as bases para o crescimento e desenvolvimento económico inclusivo, sustentando que “a saúde para todos é um direito humano que está na base do apelo contínua de cuidados de saúde universais”.
Refere-se que durante os três dias do trabalho vão ser debatidos pelos participantes vários temas, nomeadamente: o papel dos serviços de imunização na saúde pública e na saúde materna, neonatal e da criança; situação do programa alargado de vacinação; ações a nível das comunidades e das estruturas sanitárias; serviços de controle de doenças no sistema nacional de saúde; situação de malária e entre outros.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A