Fileira de Caju: “GUINÉ-BISSAU ATRIBUI LICENÇAS A COMPRADORES NÃO PERTENCENTES À UEMOA E À CEDEAO”

O Presidente do Conselho de Administração da Confederação Nacional dos Atores da Fileira de Caju (CNAF), Agnelo Regalla Lima Gomes, afirmou esta terça-feira, 28 de fevereiro de 2023, que a Guiné-Bissau continua a ser o único país produtor da castanha de cajú que atribui licenças a compradores não pertencentes à União Econômica Monetária Oeste Africana (UEMOA) e muito menos à Comunidade Económica dos Estados África Ocidental (CEDEAO), informando que o país é o quinto maior produtor do mundo com cerca de 235 mil toneladas comercializadas em 2022.

Agnelo Regalla falava na cerimônia de posse de novos órgãos sociais da confederação recém-criada, realizada na sua sede em Bissau, durante a qual disse que aquela instituição tem como desafio mostrar o espírito de responsabilidade e da necessidade de transformar o setor de cajú numa mais valia para a economia e proporcionar melhores resultados para os produtores nacionais.

O responsável do Conselho de Administração da Confederação Nacional dos Atores da Fileira de Cajú advertiu que não é segredo para ninguém que o setor de cajú da África possui o maior potencial de crescimento do mundo com cerca de 1.400 (um milhão e quatrocentos mil toneladas), produzidas em 2021, assegurando um crescimento anual de mais de 25 por cento, sobretudo nos últimos seis anos.

“A criação da Confederação Nacional dos Atores da Fileira de Cajú resulta da necessidade da existência de uma instituição que possa congregar diferentes interesses do setor do cajú e responder aos desafios que cada vez mais exigem entre todos um melhor entendimento, mais dinâmica, melhores estratégias, mas sobretudo defender o que temos de comum. O desenvolvimento da fileira do cajú e a sua consolidação na produção de melhor qualidade do cajú, garantias de conseguir melhor mercado para a sua venda e a aceleração da sua industrialização, condição única e melhor aposta para a economia nas suas diferentes vertentes”, sublinhou.

Em representação do ministro do Comércio, Alcala Barbosa assegurou que a participação do cajú nas receitas fiscais representa mais de 9 por cento, contribuindo assim para o aumento da capacidade do tesouro público para fazer face às despesas do Estado e o financiamento dos projetos de investimento, condições básicas para o crescimento económico sustentável.

Alcala Barbosa informou que o contributo do cajú na balança comercial é irrefutável, porque por si só, representa 96,73 por cento do total das exportações do país, não obstante uma parte importante da produção anual ser comercializada de forma clandestina, através dos países limítrofes. Acrescentou que o cajú é o “nosso ouro”, pelo que é fundamental continuar a trabalhar de forma coordenada para desenvolver o produto e protegê-lo das ameaças dos concorrentes da sub-região.

“O grande desafio com que o país se depara é de continuar a trabalhar para a criação de condições básicas, sobretudo infraestruturais, para que os intervenientes da fileira de cajú possam continuar a desenvolver ações, elevando cada vez mais a nossa capacidade de produção, transformação e de comercialização da castanha de cajú”, alertou.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

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