O Diretor Executivo cessante do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), o guineense Incanha Intumbo, defendeu a reforma dos programas do ensino do português na Guiné-Bissau não só nas escolas, mas também na formação dos professores, tendo justificado que se estuda a língua portuguesa desde os primeiros anos do ensino básico até à conclusão do ensino secundário, por vezes até à conclusão dos estudos superiores, mesmo assim muitos estudantes/formados continuam a registar bastantes dificuldades quando se expressam em língua portuguesa.
O linguista fez essas observações na entrevista ao semanário O Democrata (março 2023] para falar do seu trabalho à frente daquela instituição internacional de promoção de língua portuguesa, na qual afirmou que as dificuldades registadas no sistema do ensino guineense, no concernente à aprendizagem da língua portuguesa, muitas limitações poderiam ser superadas se o país adotasse políticas linguísticas consistentes e realistas compatíveis, com a realidade da Guiné-Bissau.
Incanha Intumbo terminou o seu mandato à frente do IILP no dia 31 de dezembro de 2022, onde desenvolveu várias ações que visam a promoção da língua portuguesa e que lhe valeram a condecoração pelo governo do Brasil com a medalha de “Comendador da Ordem do Rio Branco”, e uma homenagem dos embaixadores da Comunidade dos países de Língua Portuguesa em Cabo Verde.
O ex-investigador colaborador do Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra disse que as metodologias usadas, por exemplo, na Rússia ou China ou nos outros destinos dos nossos estudantes, com tradição linguística diferente da nossa até mesmo a nível da grafia, poderiam servir de exemplo, porque os estudantes guineenses nesses destinos conseguem inserir-se e apreender bem essas línguas e terminam com sucesso as suas formações.
“Essas metodologias poderiam servir de exemplo para ensinar o português, pelo menos, no ensino básico, indo diretamente ao que interessa, a expressão oral e proporcionar que os alunos, desde muito cedo, se familiarizassem com a língua portuguesa expressão oral e escrita, mas também a compreensão oral e escrita, não apenas com com o foco na gramática, logo na primeira e segunda classes”, precisou.
O Democrata (OD): Fala-nos da sua experiência como primeiro guineense a assumir o cargo de Diretor Executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP)?
Incanha Intumbo (II): Estes quatro anos do mandato da Guiné-Bissau foram de muita experiência. Devo saudar a redação de O Democrata por se interessar por desse assunto e por esse mandato. Saudar os leitores do jornal. Estou muito grato ao Presidente da República que me confiou essa missão. Foram quatro anos de muito trabalho e de muita experiência acumulada.
Eu fiz de tudo em nome da Guiné-Bissau com muita honra e faria outra vez, se a Sua Excia Presidente da República e as autoridades voltassem a confiar-me um desafio semelhante, uma missão técnica desta natureza, um exercício de trabalho multilateral. Foram concertações e mais concertações permanentes. A função do diretor executivo é executar as decisões do Conselho De Científico, mandatado pelo Conselho de Ministros da CPLP, a nossa instituição. Penso que conseguimos resultados positivos e estou muito satisfeito com os resultados que alcançámos em quatro anos do nosso mandato.
OD: Defendeu, logo no início das suas funções, a uniformização do português escrito. Quais são, por exemplo, as disparidades que ocorrem da não uniformização do português escrito, não do falado?
II: Primeiro devo esclarecer que de todas as cerca de 7.000 línguas do mundo, não há uma única que seja totalmente homogénea. Por outras palavras, a heterogeneidade é uma das caraterísticas de todas as línguas, um traço universal de todas as línguas.
Podemos tomar como exemplo, o nosso crioulo que não é totalmente homogêneo, apesar do tamanho do nosso país e o número de falantes do nosso crioulo. Mesmo fazendo outra comparação mais ousada, as nossas línguas africanas são muito diferenciadas dentro delas próprias. Por exemplo, no Balanta, temos várias dialetos. Balanta de kuntoe, balanta de Nhacra…
Dentro do balanta Nhacra há pequenas diferenças aqui e ali. Não estaria a ser correto se dissesse que defendo a uniformização do português escrito, ou de qualquer outra língua. Aliás, ultimamente temos falado num português pluricêntrico, de vários “centros” da língua portuguesa. Isso é indicativo de que temos consciência das diferenças tendências do português falado. Os esforços para o estabelecimento do Acordo Ortográfico de 1990 (o último) vem na sequência dessa consciência.
Quando defendi a aproximação das grafias só português no âmbito do acordo ortográfico, tinha em mente essa aproximação, não uniformização do português escrito, porque isso não é possível. As diferentes manifestações do português falado devem refletir-se no português escrito. Foi o esforço que nós fizemos. Manifestámos, tanto quanto possível a nossa concordância com uma aproximação da escrita do português, no âmbito do Acordo Ortográfico, quando o falecido Presidente da República Malam Bacai Sanhá, ratificou em 2011.
Defendo, sim, a aproximação porque não faz sentido escrevermos de forma diferenciada a língua, embora alguns vejam nisso o sinal de especificidades de cada Estado membro. Na verdade, quem acaba por sofrer com isso são os nossos estudantes e os utentes da língua portuguesa em geral. Regras de escrita muito diferenciadas dariam a falsa impressão que o português não é a mesma língua. A intercompreensão mútua entre as nossas diferentes variedades/tendências demonstra que existe um mínimo denominador comum e que devemos manter, mas também é justo que sobressaiam as caraterísticas, as especificidades de cada variedade/tendência.
É o que tenho defendido, é real e é o que estamos a fazer. Embora nem todos os países tenham participado no comum da língua portuguesa, os trabalhos já realizados mostram, pelo menos, a nível lexical e em certo sentido sintático, as diferenças que existem nas nossas diferentes variedades do português, nas nossas tendências do português escrito e falado.
OD: Depois de ter assumido o IILP, disse que um dos desafios era influenciar os países e as comunidades que não fazem parte da CPLP adotassem o português como língua de trabalho. Esse desafio foi superado?
II: Aí está outro equívoco. O que nós sempre defendemos é que as instituições internacionais, regionais e sub-regionais onde estão inseridos os Estados membros da nossa comunidade, deveriam adotar também o português como língua de trabalho, porque isso facilitaria a comunicação, o processo de discussão, de negociação, da integração dos nossos técnicos nos trabalhos e as posições dos nossos decisores políticos.
É uma questão que não quero aprofundar agora, porque é uma decisão que deve ser tomada no âmbito do fórum político. São as nossas autoridades que deverão analisar, discutir e enquadrar esse aspeto.
OD: Fala-nos das suas grandes realizações e constrangimentos na CPLP e na Guiné-Bissau, sobretudo no capítulo de formação e capacitação de professores da língua portuguesa?
II: Somos um país de língua oficial portuguesa. Estudamos a língua portuguesa desde os primeiros anos do ensino básico até à conclusão do ensino secundário, por vezes até à conclusão dos estudos superiores, mesmo assim continuamos a registar dificuldades na expressão fluente em língua portuguesa. Essas dificuldades poderiam ser superadas, se adotássemos políticas linguísticas consistentes e realistas que fossem compatíveis com as nossas realidades.
Isso começaria pela formação dos professores, talvez alguns aspetos do ensino bilingue, que tenho defendido, e a reorganização dos currículos do ensino do português. Por isso defendi, em várias ocasiões, a reforma dos programas do ensino do português no nosso país não só do ensino nas escolas, mas também na formação dos professores.
Nós quando vamos a um país de tradição linguística diferente, cito o exemplo da China e da Rússia, em que temos de aprender a escrever de forma diferente em letras diferentes, ter a compreensão oral e escrita de um idioma que aprendemos em idade adulta, no ensino superior, superamos rapidamente as dificuldades e aprendemos a língua muito bem. Isso revela que não somos os piores alunos.
As metodologias que se usam nesses sistemas de países para ensinar as línguas poderiam servir de exemplo para ensinarmos o português, pelo menos, no ensino básico, proporcionando oportunidades para a interação em língua portuguesa, uma espécie de imersão virtual na língua portuguesa, a expressão oral e permitir que os alunos, desde muito cedo, familiarizem com a língua portuguesa, não apenas com a gramática. Isso poderia acontecer nos primeiros anos de escolaridade, logo na primeira e segunda classes.
Isso é um problema muito sério. Certamente que as instituições pertinentes estão a refletir sobre esse assunto e procederão aos ajustes dos programas do ensino da língua portuguesa, porque é um desafio que nós, a Guiné e os países africanos de língua portuguesa onde o português não e língua materna, temos que superar, mas isso requer muito investimento.
Talvez esse seja o constrangimento maior que tem limitado as estratégias de formação dos professores, mas é um esforço que todos devemos fazer para conseguirmos realmente, melhorar o ensino da língua portuguesa nas nossas escolas, nos nossos centros de formação e compreendermos que de fato a língua portuguesa é a nossa língua de acesso ao conhecimento cultural, científico e tecnológico.
OD: Qual tem sido o desempenho dos linguistas na divulgação e no redimensionamento da língua portuguesa?
II: Os linguistas têm-se esforçado muito. Houve várias discussões. Paulo Freire fez um trabalho enorme na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe para tentar introduzir metodologias adequadas ao ensino da língua portuguesa nos nossos países.
Esse trabalho depois foi descontinuado, não sei as razões. Os linguistas mais novos, têm feito as atualizações das metodologias do ensino da língua portuguesa. Não posso citar trabalhos específicos.
No nosso caso, temos o padre Luigi Scantamburlo que tem defendido o ensino bilingue não só para aprendizagem do português, mas também para que o próprio sistema possa ganhar, porque os professores poderão ter alguma flexibilidade nas salas de aulas e poderão trabalhar com os alunos nas línguas que compreendem melhor, ao mesmo tempo que o ensinam o português.
Há trabalhos que estão a ser publicados e temos jovens a sair das universidades que estão muito empenhados e dedicados e com vontade de trabalhar. Acompanhei muitas e interessantes comunicações sobre o assunto.
Eu trabalhei em Tchico Té, em Bissau, vi a vontade daqueles jovens que estão a fazer estudos de língua portuguesa, alguns deles interessados em estudos linguísticos. Vi a vontade que têm para superar algumas limitações no que tem a ver com o ensino da língua portuguesa. Eles devem ser encorajados e o Estado deve definir uma política linguística para o nosso país.
Quem faz a política linguística são os responsáveis políticos, não os linguistas. Esse deve ser ponto de partida, motivar os professores, os investigadores, toda a comunidade que usa a língua portuguesa no caso, toda a gente que beneficia da língua, também os empresários, todos temos que empenhamo-nos para a melhoria do nosso sistema do ensino, sobretudo o ensino da língua portuguesa para podermos ter acesso facilitado ao conhecimento cultural científico e tecnológico.
OD: Que método de ensino deve ser adotado para ensinar o português na Guiné-Bissau?
II: Eu defendi noutras ocasiões o ensino do português como língua estrangeira. Pode ser como língua estrangeira, como língua segunda…mas o certo é que a metodologia que têm sido utilizada não funcionou como poderia ter funcionado.
Nós chegamos aos 12 anos de estudos em língua portuguesa e ainda temos dificuldades de nos expressarmos corretamente em português, portanto a metodologia deve ser revista. Não há uma fórmula mágica. Os linguistas, os pais e encarregados de educação e toda a gente devem refletir e ver o que é mais adequado para o nosso país. O nosso país tem uma densidade linguística muito acentuada. É um país muito pequeno com cerca de dois milhões de pessoas.
Temos de trabalhar, penso que ainda vamos a tempo de trabalharmos e discutirmos a metodologia que melhor se adequa ao nosso país. Não tenho uma fórmula mágica, mas tenho defendido o ensino bilíngue logo nos primeiros anos de escolaridade seria um ganho. Mais tarde os decisores e os técnicos do ministério da educação nacional podem decidir o que é mais adequado para a Guiné-Bissau.
OD: Já que defende o ensino bilíngue na Guiné-Bissau. Qual é a vantagem do ensino bilíngue no contexto guineense?
II: O ensino bilingue não seria necessariamente o uso do crioulo e do português. Poderia incluir também, a língua mais usada numa determinada realidade social para facilitar a comunicação. Mais tarde poderia proceder-se à transição daquela língua para o ensino exclusivamente em português. Teríamos muitos ganhos. O padre Luigi Scantamburlo trabalhou no Arquipélago dos Bijagós durante muito tempo no ensino bilíngue. Acho que o projeto do padre também chegou ao sul continental e houve um inquérito da patrocinado pela UNESCO.
Fez-se uma avaliação e os alunos que tiveram o ensino bilíngue nos primeiros anos de escolaridade superaram, com êxito, os desafios. Ao que parece, tiveram os melhores resultados. Não tenho neste momento dados concretos, mas houve melhores resultados no sul do país. Penso que uma das razões para a zona sul ficar bem posicionada nesse inquérito pode ter sido exatamente o ensino bilíngue.
Porque o professor tem a liberdade de poder explicar ao aluno na sua língua, na língua que melhor domina, quando encontra dificuldades em ensinar em português. O aluno certamente compreenderá melhor, porque vai ter o acesso à informação na “sua língua”, língua materna. Ao mesmo tempo que se obtém esse ganho, observa-se também o direito de a criança aprender na sua língua materna.
OD: Defende a reforma de todos ou alguns conteúdos programáticos do português na Guiné-Bissau? Como essa reforma deve ser feita, por exemplo?
II: Há aspetos muito importantes e úteis nos programas que existem. O que eu defendo é a revisão dos programas do ensino da língua portuguesa e naquilo que se constatar que não se adequa à nossa realidade linguística, que se trabalhe esse aspeto. Isso será, como disse logo no início, um trabalho feito por técnicos e professores, em colaboração com todos os participantes no processo do ensino aprendizagem, sobretudo no que tem a ver com a língua portuguesa.
OD: O que falta ao ensino do português na Guiné-Bissau?
II: Falta muita coisa. Faltam os materiais didáticos, ações de formação contínua dos professores, a revisão e adequação das metodologias. É preciso adotar uma nova visão e uma nova abordagem. Sendo cruciais a formação inicial e a formação continua dos professores, a revisão dos programas, tanto de formação dos professores como do ensino.
Todo um conjunto de iniciativas que devem ser tomadas, mas isso só se vai conseguir através de uma política linguística bem definida e orientada, consoante a nossa realidade. Mas aí vamos tocar noutros aspetos não só de fórum político, mas também financeiro.
OD: Será que os materiais didáticos do português que temos são adequados às exigências atuais?
II: Alguns materiais que eu já vi são sinceramente para outras realidades, produzidos para ensinar o português como língua materna, o que não é a nossa realidade. Tenho insistido nesse aspeto. Talvez já se esteja a fazer algum trabalho neste sentido. Estaria a ser injusto se falasse de um assunto que não conhecesse.
OD: A Guiné-Bissau e a CPLP conseguiram ganhos com a sua direção, sobretudo impor o uso do português nas comunidades em que os países da CPLP são membros. Como isso foi possível, por exemplo?
II: Não digo impor o uso do português nas instituições onde os nossos Estados membros participam. Mas alguns ganhos e alguma visibilidade nós conseguimos com a presidência da Guiné-Bissau. Por exemplo, fizemos vários trabalhos e projetos. Um dos trabalhos foi o estudo da presença da língua portuguesa na internet.
Tínhamos um projeto em curso, que certamente vai continuar com a nova direção executiva, que é sobre as terminologias científicas e técnicas comuns, o vocabulário ortográfico comum conheceu alguns avanços, temos a participação da Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe no portal do professor do português língua estrangeira (PPPLE/LNM) que, aliás, já conta com a participação de todos os Estados membros da CPLP, cursos do PPPLE em cabo Verde, Guiné Bissau, Portugal e em São Tomé e Príncipe tivemos participações muito ativas nas ações dos nossos parceiros nomeadamente a OEI e a francofonia, lançamos duas edições da revista científica do IILP, que divulgaram os trabalhos premiados do Concurso IILP/Itamaraty de artigos científicos sobre a LP, realizámos o seminário internacional sobre a presença do português n internet, duas edições do curso do Português Pluricentrico, oficinas didáticas em algumas ilhas de Cabo Verde…
OD: É imperativo que todos os países da comunidade adotem o acordo ortográfico de 1990, porque?
II: Não é imperativo, mas é desejável que todos os Estados membros adotem porque é um esforço de aproximação das escritas, das grafias das diferentes convenções de escrita do português que se usam nos diferentes Estados membros da CPLP.
Mas se não o fizerem, por mim não há problemas. Temos defendido que o português é uma língua pluricêntrica, que dizer, temos várias tendências de diferenciação do português falado. Não vejo mal nenhum que isso se reflita também na escrita. Isso teria uma influência na nossa comunidade, porque uma experiência diferenciada na escrita também é uma forma de manifestação do português oral, mas podemos também tentar aproximar a nossa escrita por se tratar da mesma língua.
OD: Porque alguns países ainda se opõem ao acordo ortográfico?
II: Não sei será correto dizer que alguns países se opõem ao acordo ortográfico. O que acontece é que alguns Estado membros têm manifestado as suas especificidades, as suas reservas. Não dizem que o acordo não é bom.
Dizem apenas que “nós temos as nossas particularidades que gostaríamos de vermos ressalvadas”. Essas discussões existem, sim. Não conheço nenhum argumento ou artigo em que um Estado membro diga não queremos o AO.
Aliás, as línguas estão sofrendo atualizações. O acordo de 1990 não é o primeiro. Já houve vários AO anteriores. Cabe aos técnicos, linguistas, neste caso, analisar tudo. Há essas manifestações de especificidades, de reservas, mas não uma recusa total do acordo.
OD: Quando se fala da uniformização de português escrito, estamos a falar do vocabulário comum? Como isso vai funcionar?
II: Mais uma vez, não se trata da uniformização do português escrito, mas sim de aproximação. Se reparar, algumas regras mantêm a possibilidade de um país usar uma forma de escrever a palavra tal e outro país diz que nós vamos manter a forma de escrever, a isso nós chamamos de grafia dupla. É uma forma de acomodar todas as opiniões. Não há nenhuma recusa, nem se trata de uniformização, mas sim, aproximação.
OD: O IILP fez formação de Professores de Português para a produção de materiais didáticos para o ensino de Português, baseado na realidade guineense. O que está a dificultar a integração desses conteúdos na plataforma?
II: Nós tivemos um curso em 2021, os manuais foram produzidos e entregues. Esses materiais tinham que passar por um processo de revisão e de compatibilização com o portal do PPPLE do IILP. O trabalho está concluído. É só uma questão de tempo.
OD: Terminou o mandato no IILP que dirigiu por 4 anos. E agora, qual vai ser o seu futuro profissional? Volta à Guiné?
II: Tenho que voltar à Guiné-Bissau. Tinha uma missão do Presidente da República e do governo da Guiné-Bissau. Só não voltei ainda por questões de logística e por questões de coordenação e burocráticas, mas o MNEC já está oficialmente informado.
Assim que regressar, vou-me apresentar e pôr-me à disposição do Estado da Guiné-Bissau. Pessoalmente, tenho outros dossiês. Estou em contato com o Centro de Estudos Linguística Geral Aplicada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Vamos iniciar um trabalho sobre o português pluricêntrico. Também tenho estado em contatos com umas universidades estrangeiras para um outro projeto pessoal.
Por: Filomeno Sambú
Enquanto os alunos falam o crioulo no (seio familiar e escolar) e outras línguas será muito difícil materializar o que se pretende com a língua de Camões. Consta que os professores também não falam e nem dominam o português. Assim sendo torna mais complicado o que se pretende no ensino guineense.