
A Associação da Indústria Madeireira da Guiné-Bissau denunciou esta sexta-feira, 24 de março de 2023, que o setor da Indústria madeireira tem sido vítima de injustiça praticada pelos sucessivos governos, desde a entrada em vigor da moratória.
A denúncia foi tornada pública por Bubacar Sano, presidente do Conselho Fiscal da Associação, em conferência de imprensa para denunciar a atual situação da indústria madeireira e levar as suas preocupações às entidades competentes para reparar os danos causados aos associados.
Denunciou igualmente que os governantes estão implicados no corte de madeira, o que tem causado prejuízos elevadíssimos aos madeireiros.
Sano afirmou que desde 2012, as matas da Guiné-Bissau têm sido vítimas de cortes com a cumplicidade das autoridades nacionais, que autorizaram a destruição descontrolada das florestas, deixando os madeireiros penalizados e prejudicados.
“Na moratória decretada pelo governo foi dada a ordem de apreensão de todas as madeiras que estavam nas matas e o confisco das mesmas. O governo vendeu essas madeiras e arrecadou nove biliões e oitocentos milhões de francos cfa”, afirmou, questionando o paradeiro desse fundo que poderia ser investido para a reflorestação e apoio a outros setores similares.
Por sua vez, Luís Denílson Nicolau da Silva, vice-presidente da associação, explicou que existiam 12 conceções industriais, mas nos últimos tempos este número subiu para 20 com “novos contratos ilegais” , denunciando o corte de madeiras nas matas, que poderá ser pior que no período de transição, em 2012.
“A direção geral da floresta está a funcionar de forma desorganizada e sem aplicar todas as regras”, criticou.
Por: Carolina Djemé