A curta-metragem de ficção científica do realizador guineense, Cherif Ture, “O Último Sobrevivente” foi selecionado como o segundo filme africano para o festival internacional de ficção que decorrerá de 26 a 30 de abril de 2023, em Miami, Estados Unidos da América.

O filme retrata a história de uma sobrevivente do apocalipse à procura do caminho para casa. O filme foi gravado na região de Biombo, aliás toda a sua produção é guineense, através do Estúdio G-force INTERACTIVE, em 2022.

“Como em qualquer outro festival, depois da participação, as portas abrem-se para outros festivais, que por si levam ao topo no mundo cinematográfico. Espero que venham mais apoios de tudo o que é lado, pois podemos fazer muito mais, se nos forem criadas as condições, levaremos a imagem do país ao mundo fora, em todos os sentidos”, disse Cherif ao semanário O Democrata.

BIOGRAFIA

Cherif Abulay Turé nasceu em Bissau em 1984. Estudou o curso avançado de Filologia na Universidade da Amizade dos Povos em Moscovo. Fez graduação em Ciência da Computação no Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Brasil.

Foi para a Rússia em 1989, onde descobriu o seu talento no mundo artístico e desenvolveu as suas habilidades para as artes cênicas, da música e da  fotografia no internato de Ivanovo Interdom, tendo demonstrado uma grande paixão pela ficção científica,  pelos jogos de computadores e lógica. Aos dez anos de idade compôs a sua primeira sinfonia “Baroque Beat” (recriada anos depois como Baroque Backbeat in Si Maior). Começou a atuar à frente das câmaras para o canal da TV local da cidade de Ivanovo, cujo proprietário  era o mesmo diretor do teatro, Sr. Suhorukov.

Em 1999 recebeu o título de Artista de Mérito do Internato e em 2001 recebeu o título honorário das cidades Ivanovo e Kostroma na Rússia. No curso de graduação em Manaus, Brasil, realizou, com os amigos, o seu primeiro filme-curta-metragem “The Storyboard” com o qual participou no “Sony AXN International Film Festival”, na categoria “Filme Minuto”, em 2010. No mesmo ano recebeu uma proposta para participar no festival de Cinema no Amazonas “Curta 4”, para o qual escreveu e realizou a curta-metragem “Europa”, que foi a grande vitória para a sua carreira de cineasta.

Cherif e sua esposa escreveram por dez anos  a história realizada em curta-metragem “A Última Sobrevivente” (título internacional – The Last Survivor), filmada e produzida inteiramente na Guiné Bissau e já fez uma revolução no mundo do cinema independente.

Por: Epifânia Mendonça