O embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, José Velez Caroço, afirmou esta quarta-feira, 26 de abril de 2023, que houve um aumento de atribuição de vistos de trabalho na sequência da entrada em vigor do acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Houve um aumento e creio que poderá ser mais significativo. Não sei até que ponto é que ainda há uma consciência das possibilidades que agora existem através não só do visto de trabalho, em que já há até um contrato, ou da simples procura ou da manifestação da intenção de ir à procura de trabalho, é esse o propósito desses vistos porque há essa necessidade no mercado de trabalho em Portugal”, disse Velez Caroço.
O embaixador português falava no final de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, com quem falou sobre a questão dos vistos, eleições legislativas e cooperação parlamentar.
Segundo o embaixador português, “ainda há espaço” para que os vistos de trabalho, que são vistos nacionais, “possam conhecer um incremento maior”.
“Mas já se viu concretamente na ordem de aumento das dezenas semanalmente, mas podemos acreditar que passe a centenas e que também cresça tal como sucedeu com os estudantes”, salientou o diplomata.
No âmbito do acordo de mobilidade da CPLP, entrou em vigor também em Portugal, no início de março, o novo modelo de vistos para imigrantes da comunidade, que se podem deslocar às representações consulares portuguesas nos países de origem para obter o visto nacional para Portugal com a duração de um ano.
O embaixador salientou que na Guiné-Bissau houve um “significativo aumento do número de vistos processados”, que estão já acima dos números anteriores à pandemia de covid-19.
“Estamos conscientes também de situações e problemas que existem ao nível de agendamentos e de bloqueio das próprias vagas”, lamentou o embaixador, recordando que aquele ato é gratuito e que não deve haver um “açambarcamento de vagas que a todos prejudica, principalmente aqueles de boa-fé que querem tratar e poder resolver os seus assuntos”.
O embaixador salientou que a resolução daquelas situações e problemas são uma “preocupação” e que recentemente a secção consular de Bissau teve um aumento da capacidade em meios humanos e materiais para dar resposta à procura.
“Estou consciente dessa situação e as autoridades portuguesas também”, disse, salientando que a procura tem aumentado significativamente, e “ainda bem”, nos últimos meses.
In lusa