O líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Djá, declarou que, no seu programa eleitoral, o partido elegeu a educação como o setor mais prioritário, focado no trabalho sobre o sistema do ensino guineense e prometeu desenvolver um sistema do ensino básico especial gratuito para todas as crianças em idade escolar.
“Priorizamos investir seriamente no setor da educação para reestruturarmos o próprio sistema de ensino. Todas as crianças em idade escolar devem ter acesso ao ensino básico gratuito, porque é a base fundamental de uma sociedade. É preciso também investirmos nas infraestruturas escolares um pouco por todo o país, e perspetivamos, criar três polos universitários que serão instalados em cada uma das províncias que constituem a Guiné-Bissau, sul, norte e leste, a fim de permitir aos jovens formarem-se localmente”, disse, avançando que são ideias que constam no programa eleitoral, que será transformado num programa de governação que se refletirá no Orçamento Geral de Estado.
O político fez esse anúncio na entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata para falar do programa eleitoral do seu partido, bem como dos setores elegidos como prioritários a serem desenvolvidos para o bem da Guiné-Bissau e, consequentemente, garantir a paz, a estabilidade política e governativa.
Os “patriotas” vão concorrer nestas eleições legislativas agendadas para 04 de junho, em 25 círculos eleitorais e o próprio líder e cabeça de lista ao cargo do Primeiro-ministro, candidatou-se no círculo eleitoral 02, que engloba os setores de Bedanda, Cacine e Quebo, região de Tombali, sul do país.
Explicou que no programa eleitora, definiram igualmente a criação de centros de investigação de qualidade, tendo frisado que o país tem apenas um único centro de investigação científica- INEP, que, segundo o político, é um centro de pesquisa socioeconómica.
Defendeu que é preciso construir um centro de investigação de bioquímica, da física, da matemática e não só, como também reestruturar e criar as condições para o funcionamento do centro de investigação agrícola, que vai trabalhar na melhoria de sementes e no estudo de solos.
“Queremos trabalhar seriamente na transformação do nosso país, mas para que isso aconteça é preciso investirmos nas novas tecnologias de comunicação e informação”, defendeu, indicando que a segunda prioridade é o setor da saúde que, na visão do partido, precisa de um investimento pesado para melhorar o próprio sistema nacional de saúde.
Assegurou que o partido aposta na construção de um laboratório de análise dos medicamentos importados, de forma a garantir uma saúde de qualidade para os guineenses.
Baciro Djá anunciou que a FREPASNA perspetivaconstruir o primeiro hospital de referência materno infantil a nível da sub-região.
Relativamente ao setor agrícola, Baciro Dja disse que o partido vai criar três polos agrícolas no país, leste, sul e norte, porque a “agricultura é um dos setores capazes de alavancar a economia nacional, razão pela qual precisa de uma atenção especial e de um programa, dado que a maioria do povo vive em zonas rurais”.
Explicou que outro setor considerado importante no programa eleitoral é o ambiente, tendo afirmado que a Guiné-Bissau é o quarto país na África com maior reserva natural. Afirmou que a maior parte da população que vive nas zonas reservadas encontra-se numa situação de miséria.
Djá disse não estar contra a iniciativa de proteção dos parques naturais, mas defendeu que é preciso criar ascondições para as populações que vivem nos parques e dependem da caça, da pesca e da agricultura, portanto ” proibi-los de exercer essas atividades é condená-las à morte lenta”.
“Eu sou candidato a deputado pela zona sul, concretamente no círculo eleitoral 02, uma das zonas mais protegidas. A primeira coisa que vamos levar ao parlamento, se formos eleitos, é a lei da proteção de famílias que vivem nos parques nacionais. O Estado deve criar uma subvenção para essas pessoas a fim de poderem garantir a educação e a saúde dos seus filhos”, referiu.
Sobre a quebra que se regista na campanha de comercialização da castanha de cajú, disse que a maior preocupação do seu partido é apostar na industrialização, na transformação local da castanha, criar emprego para jovens e a riqueza para o país, tendo criticado a medida do governo que consideroua “amadora” sobre a campanha de cajú.
“Não se pode criar uma taxa sem fazer um estudo de contexto económico mundial. Criou-se uma taxa que não serve nem ao Estado nem aos empresários, muito menos aos produtores. Isso é analfabetismo político e falta da seriedade e do profissionalismo, mas o responsável de tudo isso são os membros deste governo, sobretudo o antigo ministro das Finanças, João Alage Mamadú Fadia, que deixou o país completamente despido e falido, depois fugiu para a Nigéria”, criticou.
“A Guiné-Bissau é um país tecnicamente falido. Um país endividado até ao pescoço e que emite títulos do tesouro. Os salários pagos são através de dívidas as bancos comerciais que vamos pagar por vários anos. O meu governo não emitirá nenhum título e pagará os salários de funcionários públicos até deixar as rédeas de governação”, assegurou, lembrando que encontrou, no tesouro público, dez mil francos cfa, quando assumiu a função do chefe do governo e deixou na conta do tesouro público 13 milhões de dólares norte-americanos, quando deixou o governo.
Recordou que assinou um acordo com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial em 2016, através do qual recebeu 7,5 milhões de dólares da parte do Banco Mundial, como também recebeu uma soma de 6 milhões de dólares do fundo de compensação das pescas da União Europeia.
Djá disse que a FREPASNA é a solução para os problemas do país, por isso apelou aos eleitores para apostarem no seu partido. Alertou, neste particular, que é chegada a hora de exibir o cartão vermelho a todos os partidos que fizeram parte deste governo, porque” votar nesses partidos é pecado e a FREPASNA é alternativa”.
Por: Assana Sambú