O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio António Mendonça, afirmou que o governo tem adotado métodos para amedrontar vozes discordantes ao regime, com intuito de consolidar os atos bárbaros na Guiné-Bissau, denunciando que há um plano de o raptar e espancar.
“Colegas denunciaram este plano e sei que o plano está em marcha. Mas não é de estranhar porque é o modo de operar deste governo: intimidar, raptar e espancar as pessoas. Devem saber que tudo o que tem um início tem um fim. Um dia as coisas podem mudar” avisou Júlio Mendonça em entrevista ao semanário O Democrata.
Mendonça acusou a classe politica, sobretudo as atuais autoridades, de não o querem ver na liderança da UNTG. Por isso, o Ministério do Interior terá ordenado a invasão à sede sem mandado judicial.
“A classe política, sobretudo os atuais governantes, querem ver-me fora da UNTG porque sabem que eu sou incorruptível. Querem continuar a sufocar o povo com a pobreza extrema. É o governo que decidiu tirar a força os líderes sindicais da UNTG, substituindo a direção legítima da UNTG para colocar um grupo de arruaceiros, militantes do partido que suporta e apoia o governo. É lamentável o que aconteceu no dia 4 e 5 de maio no país. Colocar a polícia a força sem um mandado judicial, violar as portas, o gabinete do secretário- geral não são coisas que aconteçam no século XXI. O governo colocou a força Laureano na UNTG” disse, afirmando que se trata de um comportamento de um Estado ditatorial e anárquico que não respeita as regras do jogo.
O Sindicalista acusou ainda o grupo que apoiou Laureano de não ser assalariado e de pertencer a formações políticas que suportam o governo, afirmando que a politização da UNTG é um perigo que vai minar a liberdade sindical no país.
“Há um período iminente para prejudicar e minar a liberdade sindical no país. O que está a acontecer na nossa sede vai prejudicar consideravelmente a liberdade sindical no país. O Laureano não representa nenhum trabalhador na Guiné-Bissau. Aliás, ele não é um trabalhador. Quem sente algum drama dos trabalhadores é quem trabalha. Ele está lá para servir o governo. Este governo apoiou-o e é o padrinho dele” disse, lembrando que os trabalhadores guineenses estão a sofrer drasticamente com esta forma de “governação arbitrária”.
Em relação à sua segurança, Júlio Mendonça afirmou que atualmente ninguém se sente livre e seguro no país, mas garantiu que vai continuar a trabalhar até que haja bem-estar para o povo guineense.
Por: Tiago Seide