[Campanha eleitoral] O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) afirmou que, se o chefe de Estado não lhe conferir posse, em caso de vitória da coligação e do PAIGC, não será uma afronta à sua pessoa, nem à coligação, mas sim ao povo guineense.
“É importante que todo o mundo compreenda que essa não é uma afronta ao Domingos Simões Pereira, à coligação e às alianças que se possam estabelecer. Será uma afronta ao povo guineense, porque essa afirmação só pode significar uma coisa: o Presidente está a afirmar que não está disposto a aceitar e respeitar a escolha livre do povo guineense”, precisou.
Domingos Simões Pereira reagia assim, à declaração do Presidente da República esta sexta-feira, 19 de maio de 2023, no ato da assinatura do acordo entre a Aliança Política com um grupo de 18 partidos políticos, realizado na sede principal do PAIGC.
De acordo com o líder da Aliança Inclusiva, os órgãos de soberania devem retirar-se dos debates políticos e o Presidente da República manter-se equidistante dos assuntos políticos.
Domingos Simões Pereira frisou que o chefe de Estado deveria ter sido o primeiro cidadão a compreender que, a partir do início da campanha, os órgãos não envolvidos na campanha deveriam retirar-se do debate político, porque ” cada intervenção do Presidente da República nesta fase, é uma oportunidade que ele perde para honrar a sua própria assinatura da fixação da data de 4 de junho para as eleições legislativas”.
“A nossa Constituição convoca para as eleições legislativas os partidos políticos, não outros órgãos de soberania. O Presidente da República deveria manter-se equidistante, mostrar a sua neutralidade no processo e respeitador das normas constitucionais”, aconselhou.
DSP, como é carinhosamente chamado pelos militantes do partido, disse que os cinco partidos políticos que se juntaram à Plataforma da Aliança Inclusiva, fizeram-no porque se identificam com uma única linha de pensamento, estabeleceram uma estratégia conjunta, com vista a interpretar a aspiração do povo guineense.
“Quando 18 partidos e outras formações políticas que não participaram na feitura dessa plataforma se identificam com os princípios inerentes ao documento, é porque em algum momento devemos estar corretos na interpretação daquilo que é a aspiração do povo guineense”, enfatizou.
Por: Filomeno Sambú