
O governo, através do ministério das Finanças e em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Innovations for PovertyAction (IPA) na África Ocidental e Luso-francófona, reúne peritos de diferentes áreas e organizações internacionais para debaterem as evidências no âmbito da inclusão financeira na Guiné-Bissau.
O ateliê que decorre de 22 a 24 de maio, numa das unidades hoteleiras de Bissau, visa essencialmente discutir as investigações mais recentes no âmbito da inclusão financeira e suas implicações na formulação de políticas públicas, bem como o papel das tecnologias digitais para atingir os consumidores e como os produtos financeiros que podem contribuir para a melhoria do bem-estar individual e coletivo e discussões com o Governo sobre o seu papel na promoção de investigações e pesquisas na área.
O evento conta com a participação de técnicos nacionais e internacionais em iniciativas de inclusão financeira e proteção social, como PNUD, UNICEF, Banco Mundial, BCEAO, Banco Central da Nigéria, e representantes de Organizações Não Governamentais relevantes e organizações da sociedade civil.
Presidindo a cerimónia de abertura, o Secretário de Estado do Tesouro, Mamadú Baldé, disse que a formação enquadra-se nas reformas dos países membros da União Económica e Monetária Oeste África (UEMOA) como forma de colocar a disposição das pessoas, dispositivos necessários e fundamentais para o progresso social e económico.
Lembrou que o governo aprovou em abril deste ano, a estratégia nacional da inclusão financeira para garantir o acesso equitativo aos serviços financeiros para todos, o que segundo a sua explicação, é uma condição necessária para promover um crescimento inclusivo e sustentável.
“O governo pretende contrariar as evidencias atuais que mostram a fraca taxa demográfica dos serviços bancários, sobretudo dos serviços de microfinanças e contribuir para a melhoria da taxa de penetração demográfica dos serviços de moeda eletrónica, que tiveram um forte aumento com a crise sanitária de Covid-19, passando de 1,1 ponto de acesso por cada 10.000 habitantes adultos em 2019, para 142 pontos de acesso por cada 10.000 adultos em 2020 e prosseguindo esta tendência nos anos seguintes”, notou.
Baldé explicou que o executivo está a trabalhar para melhorar não apenas a taxa de bancarização estrita que se situa em 15,6 por cento da população adulta em 2021, contra 21,8 por cento da média da UEMOA, tendo acrescentado neste particular, que o governo está a trabalhar para aumentar a taxa de bancarização alargada, que inclui os serviços de instituições de microfinanças que se situa em 16,5 por cento, que diz estar muito abaixo de 42,4 por cento da média dos países da UEMOA.
Garantiu que o governo vai acolher as reflexões e as recomendações saídas dos trabalhos deste encontro com vista a melhor implementação do processo no país e o engajamento na implementação das ações da estratégia nacional da inclusão financeira.
Para o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tjark Egenhoff, o ateliê serve para analisar a estratégia da inclusão financeira, como trabalhar em colaboração com o governo em prol do desenvolvimento do país e em especial para as áreas rurais e para os que não tem acesso a créditos financeiros para gerir as finanças familiares e das empresas.
Reconheceu também o interesse do executivo na implementação de medidas que garantem que todos os cidadãos estejam incluídos no sistema financeiro nacional.
Por: Noemi Nhanguan