
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, aconselhou os militares guineenses a manterem-se equidistantes dos políticos, porque “quem paga a fatura cara são os militares”.
O chefe de Estado responsabilizou os políticos por tudo que o país viveu desde o conflito político militar de 7 de junho de 1998.
Umaro Sissoco Embaló fez essa chamada de atenção esta terça-feira, 23 de maio de 2023, depois de ter visitado o Estado-Maior General das Forças Armadas, o Estado-Maior do Exército, da Força Aérea e da Marinha Nacional.
“A mesma história aconteceu no dia 01 de fevereiro. Políticos pagaram a militares para atacarem o Presidente e os membros do governo. Mas quem paga a fatura cara são os militares, assumem consequências e destroem as suas famílias. Os políticos atiçam fogo e fogem para Portugal. Essa é a mensagem que estamos a passar aos nossos militares e chamá-los atenção de que devem estar equidistantes dos políticos”, afirmou.
Umaro Sissoco Embaló alertou o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas que tem uma responsabilidade acrescida até à tomada de posse do novo governo que vai sair das eleições de 04 de junho e do novo Parlamento.
Solicitado a pronunciar-se sobre às críticas de algumas formações políticas que querem vê-lo fora de qualquer tipo de cenário político nestas eleições, Umaro SissocoEmbaló disse que nunca foi visto com camisola de uma formação política e que a política não se faz nos quartéis.
“A política não é desordem. A minha geração deve ter coragem de construir uma geração de políticos sérios e comprometidos com o país”, afirmou, para de seguida anunciar que vai usar a sua magistratura de influência para que os estudantes da Universidade Amílcar Cabral não percam o ano letivo.
O chefe de Estado desafiou os profissionais de comunicação social a absterem-se de passar discursos que incitam ao ódio e à violência e disse esperar que quem perder, saberá respeitar a vontade expressa pela maioria.
Por sua vez, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, General Biaguê Na N’Tan, disse que a visita de Umaro Sissoco Embaló revela que ele não tem problema de regressar às raízes, aos quartéis, frisando que um dos maiores desejos dos militares guineenses é que haja paz, pois estão firmes e determinados para garantir a estabilidade e assegurar as eleições legislativas de 4 de junho próximo.
“Não há motivos para alarmismos. Que ninguém sinta medo, as nossas forças armadas estão para garantir a estabilidade. Temos agora umas forças armadas republicanas que estão para ajudar e garantir a segurança ao povo, para que haja desenvolvimento. Sem paz, não há investimento e se não houver investimento nenhum operador económico arriscará investir na Guiné-Bissau, por isso estamos do lado do Presidente da República”, frisou.
Por: Filomeno Sambú