O Colectivo dos Jovens e Amigos da Região de Bolama/Bijagós pediu à comissão organizadora do evento a apresentação pública do projecto de festival internacional à comunidade local, bem como a apresentação do relatório dos festivais passados. Os jovens das ilhas contestam igualmente a forma como a comissão organiza o evento, bem como os critérios usados na seleção de cantores e músicos que tomam parte no evento. Apontam o dedo acusador ao director executivo da comissão encarregue da organização do festival, José Manel Fortes (Zé Manel), acusando de ser o responsável por aquilo que consideram da desorganização da festival.
Falando numa conferência de imprensa no Centro de Recursos (Unidade Escolar Justado Vieira), o presidente da comissão do colectivo contestatário, Alexandre Oncunho disse que a comissão não definiu o objectivo do festival, assim como os resultados que o povo da ilha e os guineenses em geral podem esperar do evento.
Questionou o critério usado na seleção de músicos que tomarão parte no evento em que não constam músicos reconhecidos a nível nacional e internacional, designadamente: Justino Delgado, Rui Sangara, Atanásio, Chacha di Charme, Tino Trimo, Domingos Mustassi, Antão Martins, Iva e Iche, como também excluíram os artistas da nova geração.
“Zé Manel tem uma guerra com seus colegas da música. Os problemas pessoais deveriam ficar para trás, quando se trata dos assuntos colectivos. É bom saber diferenciar os assuntos profissionais e particulares”, advertiu o jovem.
O responsável da comissão de colectivo de jovens das Ilhas contou que estão a reivindicar a forma como o festival está ser organizado e a exclusão de alguns músicos nacionais de renome internacional que gostariam de ver cantar no festival, bem como os próprios artistas filhos das ilhas que foram eliminados. Sustentou ainda que as sucessivas comissões organizadoras dos festivais anteriores nunca apresentaram nenhum relatório sobre o evento à comunidade local, de forma a justificar os meios usados para a realização do festival.
O presidente da comissão do colectivo de jovens e amigos da região de Bolama/Bijagós acusou ainda Zé Manel de recusar a apresentação do projecto do festival à sua organização, facto que, na sua opinião, espelha a falta de transparência na organização.
“Algumas pessoas e inclusive o Zé Manel fazem da realização do festival de Bubaque, um sítio de ganhar dinheiro. É por isso que não querem que outras pessoas façam parte da comissão”, assinalou o jovem que, entretanto, prometeu lutar pacificamente para fazer a comissão organizadora exibir, ou seja, apresentar publicamente o projecto do festival de Bubaque ao povo guineense.
Solicitado a pronunciar-se sobre se as suas reivindicações poderão inviabilizar o festival, Oncunho disse que “os protestos dos jovens da ilha só ajudarão a trazer a transparência a organização do evento”.
ZÉ MANEL: “ESTAMOS A ORGANIZAR O FESTIVAL COM A MÁXIMA TRANSPARÊNCIA”
O Democrata ouviu o director executivo da Comissão Organizadora da VIª Edição do Festival Internacional de Bubaque, José Manel Fortes (Zé Manel) para esclarecer as questões levantadas pelo colectivo dos jovens e amigos da região de Bolama/Bijagós. Zé Manel disse na sua declaração ao nosso semanário que a organização que dirige está realizar o evento com a máxima transparência e conta com os apoios financeiros do Governo e da representação da União Europeia (UE) no país.
Revelou ainda que recebeu um grupo de jovens da Federação de Filhos e Amigos da Região de Bolama/Bijagós que manifestaram à comissão organizadora o seu desagrado. Sustentou que contou aos jovens que na verdade é difícil agradar toda gente, mas avançou que o festival leva ainda apenas seis anos da sua implementação, pelo que é “normal verificarem-se pequenos erros”.
“Deixei claro aos jovens das associações locais que não podem indicar quem é que devia ser seleccionado para tomar parte no evento. Justino Delgado tomou parte na edição anterior, por isso este ano as oportunidades vão para os cantores que não faziam parte da selecção do último festival. É bom que fique claro de uma vez que este não é festival dos bijagós, mas sim do povo guineense”, afirmou o director executivo da Comissão Organizadora do Festival de Bubaque.
Assegurou que a comissão está composta de pessoas competentes que são responsáveis pela escolha rigorosa dos cantores que tomarão parte no festival. Contudo, advertiu que a comissão que dirige não vai admitir o tipo de comportamento do colectivo dos jovens das ilhas, tendo asseverado ainda que a comissão organizadora trabalha na base da transparência.
“Estamos abertos a receber opiniões de pessoas e o exemplo disso é a sugestão dos próprios jovens contestatários que propuseram que houvesse dois palcos para o evento. A organização aceitou a opinião dos rapazes de ilha, por isso abrimos a possibilidade de fazer no festival os palcos A e B”, contou.
Instado a pronunciar-se sobre o relatório e projecto do festival que os jovens das ilhas querem que seja apresentado publicamente, Zé Manel respondeu que a comunidade não tem direito ao relatório, mas sim a administração local, bem como o Governo e a União Europeia que financiaram o festival.
Recorde-se que o Festival Internacional de Bubaque terá decorre de 03 a 05 do mês em curso, contando com vários músicos nacionais e internacionais que vão colorir os três dias do evento.
Por: Sene Camará
Os jovens Guineenses devem saber aonde querem ir e chegar e nao ser meninos de recados é verdade que este festival se organiza nas ilhas Bijagos mas nao sao dos Bijagos é da Guine Bissau,sobre o relatorio o finazanciador e a administraçao teem todo o direito de pedir as contas nao um grupinho de jovens concordo com os jovens em pedir a boa organizaçao e transparencia os ditos artistas da ilhas o qué é que fizeram para as suas ilhas? Esta iniciativa deveria partir deles depois que venham os outros ……..
Os colectivos de jovens e amigos de Bolama/Bijagós, tem a razão de pedir os relatórios e projectos , para as pessoas conhecerem os seus procedimentos programáticos, e depois no final de evento fazer todos os balanços finais. Todos nós sabemos que não há rigor, e a transparências no dinheiro que é atribuído para realizar evento na Guiné- Bissau. O Zé Manuel devia aceitar a ser fiscalizado por entidade autónoma que são esses jovens, para poderem saber se o dinheiro foi bem aplicado ou não. O zé Manuel, foi contestado no carnaval pela direcção do Bairro de Sintra em detrimento para outro bairro. Não percebo a não participação de Justino Delgado, e bem como os seus colegas de renome nacionais neste invento.
Como podemos valorizar a nossa cultura sem a presença destes músicos de referências nacionais ?
Concordo em pleno com a opinião do leitor anterior, estes jovens deviam ser mais espertos e não estarem a levantar questões que não lhes diz respeito.
na verdade temos q comprender o direito de cada um ,no diz respeito ao bem colectivo,os contestatarios teem raaaazzzzaaaoo,jovens das ilhas