O presidente interino do Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS), Domingos Meta Camará, deu nota positiva à atuação dos jornalistas e dos órgãos de comunicação social nas eleições legislativas de 4 de junho. Afirmou que os ativistas sociais e bloguistas usaram as redes sociais para disseminar notícias de incitação ao ódio e ao uso de linguagem não moderada.
“Este ano, nenhum órgão de comunicação social publicou a ata síntese da Comissão Nacional das Eleições. Infelizmente, aconteceu que nas redes sociais e blogues, os ativistas sociais não conseguiram cumprir com a conduta, publicando notícias de incitação ao ódio e de linguagem não moderada” disse Meta Camará, em conferência de imprensa para proceder ao balanço da monitorização feita pelo CNCS.
O Presidente do CNCS disse que, durante o período de campanha eleitoral, o painel de monitorização do código de conduta eleitoral e do termo de compromisso constatou que os órgãos de comunicação social cumpriram todas as regras estabelecidas para a cobertura das eleições legislativas, lembrando que os responsáveis das rádios haviam rubricado o código de conduta eleitoral, no qual se comprometeram observar o pluralismo de informação, a equidade e a linguagem.
“Os órgãos passaram uma linguagem moderada. Registou-se um tratamento igual dos partidos e coligações nos seus serviços noticiosos, assim como nas emissões on-line. Por isso, apelo ao novo governo que saiu das urnas no dia 4 de junho do ano em curso a elaborar uma legislação que regulamenta a atuação nas redes sociais” sugeriu.
Lamentou que os órgãos de comunicação social não tenham meios materiais durante a campanha eleitoral e que estes não conseguiram realizar cabalmente as suas atividades, nomeadamente a cobertura eleitoral das movimentações dos partidos e coligações, mas também isso pode ter sido a não disponibilização de programas de deslocações.
“É indispensável garantir a formação e superação contínua dos profissionais da comunicação social. A formação e a superação dos profissionais são necessárias para dar maior consistência e dinâmica dos médias e melhorar o nível dos profissionais” alertou.
Meta Camará anunciou a realização, com o apoio do governo e dos parceiros nacionais e internacionais, de uma conferência nacional com o objetivo de detetar a situação da comunicação social guineense, numa altura em que os profissionais praticam o jornalismo militante e que há divisão na classe.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N