O Hospital Nacional Simão Mendes não realiza, há cinco dias, as cirurgias eletivas e de emergência, devido à greve em curso naquele estabelecimento hospitalar, uma greve convocada por pessoal menor e contratado.
Os funcionários afetados aos serviços da urgência e da cirurgia paralisaram todas as atividades, incluindo a farmácia da urgência, fábrica de oxigénio e os serviços de esterilização.
Em entrevista aos jornalistas, esta terça-feira 27 de junho de 2023, o diretor do serviço de urgência, Admir Gonçalves Monteiro, revelou que nestes dias da paralisação, evacuaram cinco casos de urgência para o hospital Militar.
“A maioria dos pacientes não tem poder de compra. São carenciados. E como sabem, o Hospital Militar é semipúblico. Quando vão lá são obrigados a pagar. Estes pacientes não têm condições para suportar os custos. A AIDA é que está a apoiar, em parte, estes pacientes” lamentou, lembrando que os doentes evacuados do interior e que estão em estado grave são mandados para o hospital Militar, por o hospital não estar em condições de realizar cirurgias, devido à greve.
“Os familiares saem para comprar medicamentos, porque a farmácia não está a funcionar. Mas há certos medicamentos que só podem ser encontrados na farmácia (que está fechada), nomeadamente adrenalina. Não sei até quando vai durar esta greve. Fala-se de uma dívida de 4 meses a estes funcionários” insistiu.
Por sua vez, o diretor do bloco Operatório do Hospital Nacional Simão Mendes, Benanbessa Victoria Sanhá, confirmou a paralisação do bloco, desde sexta-feira, assim como o cancelamento de cirurgias eletivas e de emergenciais.
“Como vocês podem ver, agora não estamos a fazer as cirurgias porque, realmente, são departamentos muitos importantes a nível do bloco. Estamos a falar do pessoal de esterilização que é uma área crítica, nós o chamamos assim, o coração do operatório o pessoal que faz a gestão da farmácia. Então sem essas componentes nós não podemos operar. Foram canceladas as cirurgias eletivas e as de emergência.
“Infelizmente, os pacientes estão sendo referenciados aos outros centros hospitalares. Espero que isto se resolva porque os pacientes é que estão a sofrer” lamentou Benanbessa Sanhá.
Por: Tiago Seide
Foto: TS