O Embaixador Plenipotenciário da Guiné-Bissau na República da China Popular, António Serifo Embaló, afirmou que o país tem aproveitado muito pouco a cooperação bilateral com aquele país asiático, sobretudo no que concerne ao setor privado em que se poderia tirar grande proveito das oportunidades oferecidas pelo gigante asiático aos países africanos, no âmbito de negócios e grandes investimentos.
“A Guiné-Bissau tem aproveitado muito pouco a cooperação com a China, sobretudo no setor privado. Eu acho que o nosso setor privado deve começar a ser mais agressivo no bom sentido, para ter acesso ao mercado chinês. Um mercado grande onde as oportunidades não faltam e o setor privado pode aproveitar muito bem para fazer negócios e investimentos em todas as áreas possíveis”, disse.
“A China é grande, tem mercado e precisa de matérias primas dos países africanos, em particular da Guiné-Bissau, neste caso a castanha de cajú, que vem em primeiro lugar” explicou, salientando que a China é o mundo, por isso “devemos aproveitar, porque as oportunidades existem”.
Serifo Embaló falava este sábado, 15 de julho de 2023, nas instalações da Embaixada da Guiné-Bissau em Beijing, ao grupo de imprensa nacional, que está na China para participar no Seminário para Oficiais de Jornalismo e Jornalistas dos Países da Língua Portuguesa, com o propósito de falar da cooperação bilateral entre os países com ligação histórica.
Embaló desempenhou funções ministeriais várias vezes no país e foi deputado da nação, antes de ser nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República Popular da China, em junho de 2020.
O diplomata guineense revelou aos jornalistas que as autoridades nacionais estão a trabalhar a nível técnico com autoridades chinesas competentes, para que no futuro próximo possa haver condições para que a Guiné-Bissau possa lançar bases no sentido de exportar a castanha de cajú para aquele país asiático, que recentemente manifestou o interesse de comprar a castanha da Guiné-Bissau.
Questionado sobre a recente participação da Guiné-Bissau na Exposição Económica e Comercial da China – África realizada em Changsha, Embaló assegurou que o pavilhão nacional foi visitado por milhares de pessoas, sobretudo chineses que adquiriram todos os produtos da delegação nacional.
A delegação empresarial da Guiné-Bissau tomou parte na exposição e foi composta pelos representantes de empresas privadas. Foi a primeira vez que a Guiné-Bissau participou na exposição, conseguindo atrair muitos visitantes.
O embaixador guineense que, além de realçar a boa cooperação entre dois estados, permitiu muitos investimentos do governo chinês em infraestruturas nacionais, falou também da contribuição da China na formação de quadros guineenses em diferentes áreas académicas.
O diplomata destacou infraestruturas fruto de cooperação bilateral com a China, nomeadamente, palácios da Presidência, do Governo e da Justiça, o edifício da Assembleia Nacional Popular, o Hospital Militar, o Estádio Nacional “24 de Setembro” em Bissau, e recentemente a construção de uma autoestrada que ligará a cidade de Bissau e Safim
Por: Alison Cabral
Foto: AC