
Um estudo do Movimento di Mindjeres di Guiné Nó Lanta ( MIGUILAN) revelou que as mulheres guineenses constituem o grupo mais vulnerável na sociedade guineense.
O estudo divulgado esta terça-feira, 18 de julho de 2023, revelou que as mulheres são as principais agentes económicas do setor primário e secundário, tendo 55% da produção agrícola e as taxas de pobreza incidem maioritariamente sobre a camada feminina com 69,3%.
Na sua comunicação, a coordenadora do MIGUILAN, Isabel Garcia de Almeida, assegurou que um dos desafios é continuar a acompanhar ação da governação e de influenciar as políticas públicas.

Explicou que, sem as políticas públicas centradas na resolução de problemas das mulheres será muito difícil provocar uma mudança desejada.
Lembrou, neste particular, que Guiné-Bissau é um dos países da sub-região com o mais baixo nível de alfabetização, sobretudo nas mulheres, onde as taxas de mortalidade materna e infantil é pior no mundo e as mulheres ocupam essencialmente trabalhos domésticos.
O documento é resultado de um inquérito realizado a 400 mulheres guineense, no qual os dados mostram os problemas das mulheres guineenses, em todas as esferas, nomeadamente na educação, na saúde, na economia e na política.
“As condições das mulheres rurais são mais péssimas”, sublinhou.
Em representação da ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, Baltezarima Spencer Gomes lembrou que as Nações unidas recomendaram aos Estados para acabarem com as formas de discriminação contra as mulheres, garantindo efetivamente a igualdade do género em todos os quadrantes da sociedade.
Por sua vez, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, defendeu a necessidade de adotar medidas corretivas, porque “a discriminação, a violação dos direitos das mulheres, as desigualdades estruturais que existentes entre homens e mulheres é um assunto da sociedade”.
As organizações femininas da Guiné – Bissau recomendaram no estudo para que haja a transparência na gestão de fundos públicos e a obrigação de prestação de contas, para poupar recursos materiais e financeiros que sirvam para melhorar o atual quadro socioeconómico do país, principalmente a condição da mulher guineense.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N