
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, inaugurou este sábado, 22 de julho de 2023, o centro de formação militar rebatizado com o nome de General Biaguê Clussé Na N’Tan, totalmente reabilitado por técnicos da engenharia militar.
“Este centro passa a ter o nome de um cidadão nacional, Biaguê Clussé Na N’Tan, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, combatente da liberdade da pátria, um exemplo do soldado ao serviço da Constituição da República. Com a sua conduta fiél aos princípios e valores constitucionais da República da Guiné-Bissau, Biaguê Na N’Tan contribuiu muito para dignificar a nossa instituição militar”, disse o chefe de Estado no seu discurso na cerimónia da inauguração do centro de instrução militar.
A cerimónia da inauguração do centro contou com a presença do vice-primeiro ministro e ministro do Interior e da Ordem Pública, Soares Sambú, do ministro da defesa nacional, Marciano Silva Barbeiro, bem como de altos chefes militares, Comandante da Guarda Nacional, Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, adidos militares de diferentes países e o Embaixador da República Popular da China, Guo Ce, e do Embaixador de Portugal, José Rui Caroço.
O centro de instrução militar de Cumeré foi construído pelos colonialistas em 1966 para a instrução das tropas portuguesas. Em 1975, depois da independência, o governo da Guiné-Bissau transformou o centro numa escola de instrução e formação de oficiais, sargentos e soldados dos três ramos do exército guineense, com a ajuda de instrutores portugueses, cubanos e russos.
O centro acolheu também a formação de alguns países amigos da Guiné-Bissau, nomeadamente Cabo Verde, Timor Leste e Angola.
O chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, aproveitou a ocasião para enaltecer o esforço do governo em disponibilizar meios para a reabilitação total do centro.

“O prazer de vir inaugurar este centro de formação militar é ainda muito maior por causa de um facto muito simples e sendo simples e ao mesmo tempo um facto de grande importância simbólica. Como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, decidi dar o nome do General Biaguê Clussé Na N’Tan, a este centro de formação militar. Na verdade, não passou pela minha cabeça adiar esta distinção para que talvez um dia ela acontecesse, por exemplo, só a título póstumo”, assegurou.
Embaló afirmou que o General Biaguê soube repudiar a tentação de golpe de Estado, por isso se tornou num exemplo para os soldados e um exemplo para a juventude guineense.
Lembrou, na sua explanação, que há 30 anos passou naquele centro como recruta, tendo recordado dos nomes dos seus instrutores. Acrescentou que um bom soldado é aquele soldado obediente e que respeita a hierarquia.
Para o ministro da defesa nacional e dos combatentes da liberdade da pátria, Marciano Silva Barbeiro, a reparação do centro de instrução militar inaugurado com o nome de General Biaguê Clussé Na N’Tan foi assegurada totalmente pelo governo da Guiné-Bissau, visando a criação de condições de habitabilidade e de comodidade, bem como para responder às necessidades de formação e qualificação das mulheres e homens das forças da defesa e segurança da Guiné-Bissau.
“A génese da escola de formação militar de Cumeré remonta da luta de libertação nacional. Fundada em 1964, a escola de formação do exército popular de libertação em Madina Boé e Centro de Instrução Militar de Bissau, construído pelos portugueses em 1966”, detalhou o ministro, lembrando que a escola de formação do exército popular visava contribuir para a formação e qualificação dos combatentes apoiando o progresso da luta de libertação em todo o território nacional.
O titular da pasta de defesa nacional disse que o país pretende ter hoje uma instituição militar multifuncional de formação que irá integrar a valência de instrução básica militar, a formação de praças, sargento e oficiais, a capacitação e a formação de elementos da Guarda Nacional.
“Essas estruturas físicas em perfeitas condições são muito importantes para a dignidade da pessoa humana para o exercício das suas funções, daí a necessidade da sua sustentabilidade para a geração vindoura”, vincou, para em seguida apelar aos moradores da aldeia de Cumeré para enveredaram e estarem vigilantes pela conservação do centro.
Em representação do General Biaguê Na N’Tan, Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Samuel Fernandes disse que o centro passará no futuro a funcionar como uma Academia Militar, cuja missão será instruir e formar sargentos e oficiais das forças armadas e da Guarda Nacional.

“Incumbirá a promoção dos estudos doutrinários, as técnicas e as ciências militares e terá a capacidade de ministrar cursos de promoção a capitão, de forma a minimizar os custos de transportes e de formação dos militares no exterior, tendo em conta a frágil situação económica do nosso país”, notou o brigadeiro-general, Samuel Fernandes, que também desempenha a função do chefe de Gabinete do General Biaguê Na N’Tan.
Assegurou que as ligações promovidas pelo General Biaguê Na N’Tan com as designadas forças armadas têm sido benéficas para o exército guineense, sobretudo no que tange aos apoios no domínio da formação do pessoal em diversas áreas.
Revelou que de 2014 a esta parte, já foram formados 603 militares guineenses em diferentes países, dos quais a China conta com 61 elementos, Marrocos 299, incluindo 15 especialistas em diversas áreas de saúde, a Rússia 177 formandos, Senegal 13 e Angola tem nove elementos.
Por: Assana Sambú