O Presidente do Níger denunciou uma tentativa de golpe de Estado esta quinta-feira, 26 de julho de 2023, por parte de elementos da guarda presidencial e garantiu que o exército ripostará se não recuarem.
Na sua conta na rede social X (ex-Twitter), o Presidente Mohamed Bazoum escreveu que alguns elementos da guarda presidencial se envolveram numa “manifestação antirrepublicana” e tentaram em vão obter o apoio das outras forças de segurança.
Na mesma mensagem, Bazoum assegura que ele e a sua família estão bem, mas o exército e a guarda nacional estavam prontos para atacar se os envolvidos não mudassem de ideias.
Desconhece-se ainda o que desencadeou este movimento, mas as ruas em redor do palácio presidencial na capital, Niamey, foram bloqueadas, bem como alguns ministérios.
Bazoum foi eleito Presidente há dois anos, na primeira transferência pacífica e democrática de poder desde a independência do país de França, em 1960.
A ex-colónia francesa foi palco de quatro tentativas de golpe de estado, com o primeiro em abril de 1974, contra o Presidente Diori Hamani, e o último em fevereiro de 2010, que derrubou o Presidente Mamadou Tandja.
Bazoum frustrou uma tentativa de golpe de Estado dias antes de tomar posse.
Entretanto, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), condena veementemente a tentativa de golpe em curso no Níger contra o Presidente Mohamed Bazoum.
“É com espanto e consternação que a CEDEAO soube da tentativa de golpe no Níger. Condena com a maior veemência esta tentativa de tomada do poder pela força e apela aos autores deste acto a libertação imediata e incondicionalmente do Presidente da República democraticamente eleito”, refere o comunicado daquela organização sub-regional.
“A CEDEAO e a comunidade internacional responsabilizarão todos os envolvidos neste ato pela segurança do Presidente, membros de sua família, membros do governo e público em geral”, lê-se no comunicado.
Sobre a tentativa de golpe de Estado na Níger, a Presidência da República Federal da Nigéria, que atualmente dirige a CEDEAO, emitiu um comunicado na qual afirma que deve ficar claro para todos os atores da República do Níger que os líderes da CEDEAO e todos os amantes da democracia em todo o mundo não tolerarão nenhuma situação que neutralize o governo democraticamente eleito no Níger.
“Gostaria de dizer que estamos monitorando de perto a situação e os desenvolvimentos no Níger e faremos tudo ao nosso alcance para garantir que a democracia seja firmemente estabelecida, alimentada, bem enraizada e floresça em nossa região”, refere o comunicado.
Refira-se que o Níger é um país parceiro privilegiado da França no Sahel assolado pela violência fundamentalista islâmica em várias partes do seu território.
A história deste país vasto, pobre e desértico, tem sido pontuada por golpes de estado.
Por: Redação
Democrata/lusa