O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Fernando Dias, pediu esta terça-feira, 5 de setembro de 2023, ao Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que intervenha para que possam ser libertados os militares detidos no caso de 1 de fevereiro de 2022.
“Informamos ao Representante do Secretário- geral da ONU que estamos a viver algumas situações em virtude de os detidos de caso de 1 de fevereiro ainda não terem sido libertados, nem julgados. Que seja uma preocupação do Secretário-geral acompanhar a Guiné-Bissau, no sentido de encontrar uma solução para este problema, porque é uma situação que poderá criar mal estar para a unidade nacional, com vista ao desenvolvimento do país” disse aos jornalistas, Fernando Dias, à saída do encontro na ANP com o Representante do Secretário-geral da ONU, Leonardo Simão.
O 1° vice-presidente da ANP disse também ter solicitado o apoio da ONU à Guiné-Bissau, por a situação financeira do país não ser das melhores neste momento.
“Aproveitamos para informar a delegação que o país precisa do apoio da comunidade internacional, porque a situação financeira não é das melhores, segundo as informações do governo. É preciso que a comunidade internacional tenha uma reação mais breve para alavancar a economia. Falar da paz sem a estabilidade econômica e financeira num país como a Guiné-Bissau é difícil” insistiu o também líder do Partido da Renovação Social (PRS).
Para Dias, a presença do representante do Secretário-geral da ONU no hemiciclo é motivo de alegria, porque a liderança da ANP deu conta que a comunidade internacional está disposta a acompanhar a Guiné-Bissau nesta nova fase e neste preciso momento em que o país está a precisar, tendo revelado que Leonardo Simão pediu-lhes que sejam parte integrante da estabilização do país.
“Confirmamos que vai ser o nosso papel. A par disso, informamos também que estamos a acompanhar as situações anormais em alguns países, sobretudo da CEDEAO, nomeadamente a subversão da ordem constitucional, situações que achamos que são preocupantes. Enquanto membros da CEDEAO, pedimos ao Representante do Secretário-geral que priorize o debate no seio das pessoas em conflito” apelou, sublinhando que só com o debate [diálogo] é que se consegue ultrapassar todos os diferendos.
“Qualquer outra forma ou meio utilizado não vai ajudar na resolução do problema. Somos Africanos. Temos metodologias próprias que devemos adotar para ultrapassar os grandes problemas que temos. A situação que está a acontecer não dignifica o homem africano, de maneira que é preciso que o próprio homem africano tenha cultura de debate para encontrar saídas possíveis para os problemas” concluiu Fernando Dias.
Por: Tiago Seide